Uma em cada dez vítimas de traumas de face provenientes de acidentes ficam com graves sequelas estéticas, que muitas vezes tiram estes pacientes do convívio social. O que muitas pessoas não sabem é que o tratamento é 100% coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“É possível reconstituir o rosto do paciente com próteses desenvolvidas a partir de tomografia em 3D”, explica o cirurgião membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial, Manoel de Jesus Rodrigues Mello, que vai abordar o tema “Sequelas Faciais: trauma facial x trauma social – O que fazer?”, durante o VIII Encontro Cearense de Cirurgia e Traumalogia Buco-Maxilo-Facial, em Juazeiro do Norte, nos dias 2 e 3 de setembro.

Segundo ele, vítimas de acidentes graves com fraturas de face passam muito tempo em UTIs se recuperando e quando retornam para a enfermaria estão com os ossos mal consolidados. “Alguns pacientes ficam três meses esperando condições físicas para submeterem-se a esse tipo de cirurgias. O osso calcifica errado e somos obrigados a refraturá-lo e reposicioná-lo da melhor maneira possível”.

Cerca de 800 a 850 cirurgias de trauma de face são realizadas por ano no Instituto Doutor José Frota, referência em trauma de Fortaleza. A maioria das vítimas tem entre 30 a 48 anos de idade e se acidenta de moto. “Muitos destes pacientes deixam de sair na rua, usam bonés para esconder o rosto e não se aceitam socialmente. É importante que todos saibam que é possível fazer este reparo sem custos, pela rede pública. O mais importante é devolver ao cidadão a estima de um convívio social aceitável, do ponto de vista estético e funcional”, finaliza Manoel de Jesus Rodrigues Mello.