O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, está depondo, neste momento, à Comissão de Sindicância aberta na Corregedoria da Câmara dos Deputados para apurar o suposto pagamento de mesadas a parlamentares. O depoimento é fechado. Mas, ao chegar, o ministro afirmou que contará na sindicância que soube do esquema. "Há um ano e meio, mais ou menos, o deputado Roberto Jefferson, no meio de uma conversa sobre outro assunto, mencionou para mim que havia, no Congresso Nacional, o pagamento de mesada a deputados que na data ele mencionava pertencerem ao PP e ao PL", disse Ciro Gomes.

"Perguntei a Roberto Jefferson se ele tinha alguma evidência e ele disse que não tinha", contou o ministro. Ciro Gomes afirmou que não falou do esquema para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva porque não existiam provas. "Se houvesse alguma evidência, eu me sentiria obrigado funcionalmente a andar com isso. Senão eu assumiria uma estória que não tem nenhum fundamento. Eu ficaria encarregado de demonstrar uma coisa que eu não sabia e que não tinha prova", disse.

O ministro afirmou ainda que, na época, contou a Jefferson que não acreditava na existência do "mensalão". "Continuo não acreditando. O que pode ter aparência nesses indícios que surgem é essa desagradável crônica de financiamento de campanha. Isso no Brasil é verossímil. Não disse que é verdade ou que não é, disse que é verossímil. Mas daí a subornar deputados, eu continuo sem acreditar", declarou Ciro Gomes.

A ex-secretária do publicitário Marcos Valério, Fernanda Karina Somaggio, também prestou depoimento no final da manhã de hoje na Comissão de Sindicância. O depoimento durou aproximadamente uma hora e meia. Ela não falou com a imprensa. Fernanda Karina depõe novamente às 14h30, desta vez no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.