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Cientistas dizem ter descoberto o segredo para se chegar aos 100 anos

Portal Educação Física - 09 de setembro de 2015 - 14:00

Baixos níveis de inflamação podem ser a resposta, sugere um novo estudo com centenários realizado por pesquisadores na Inglaterra e no Japão. Pessoas com poucos marcas de inflamações crônicas também tendem a ter menor propensão à doenças, o que significa que evitar inflamações pode ser a chave não só para viver mais, mas também para manter-se saudável com a idade avançada.

“Centenários e supercentenários (aqueles que atingem a marca dos 110 anos) são diferentes – essencialmente, eles envelhecem mais devagar”, disse num comunicado Thomas von Zglinicki, gerontologista celular da Universidade de Newcastle e autor do estudo. “Elas conseguem evitar doenças por muito mais tempo que o resto da população.”

Cheri Gostic, geriatra da Universidade Stony Brook que estudou os efeitos da atividade física nas inflamações, diz que os resultados, publicados online na revista EBioMedicine, não são inteiramente surpreendentes.

“As pesquisas mostram que inflamações crônicas e sistêmicas são um fator chave no desenvolvimento de muitas doenças crônicas, incluindo ataques cardíacos, doenças vasculares periféricas e a maioria dos derrames”, afirmou Gostic. “A idade não mata; quem mata é a doença. Se se minimizarem as inflamações e os riscos ou a progressão das doenças, faz sentido que as pessoas tenham melhores chances de viver mais.”

Além dos baixos níveis de inflamação, centenários e supercentenários (pessoas que passam dos 110 anos de vida) saudáveis também têm telômeros mais longos. Telômeros são as pontas das cadeias de DNA que protegem os cromossomos do envelhecimento.

Acredita-se que o comprimento dos telômeros seja o melhor preditivo da saúde na idade avançada. Mas os pesquisadores descobriram que, quando uma pessoa chega aos 100 anos, os níveis de inflamação são mais confiáveis para indicar as perspectivas de saúde e capacidade cognitiva.

O fator da inflamação

No estudo, os pesquisadores analisaram dados de 1 500 adultos entre 50 e 115 anos, incluindo 684 centenários ou supercentenários e 167 filhos de centenários. Eles mediram vários marcadores de saúde relacionados ao envelhecimento, incluindo metabolismo, contagem de células vermelhas, comprimento dos telômeros, inflamação e funções hepáticas e renais.

Eis algumas das principais descobertas:

– Mesmo aos 80 anos e além, os filhos de centenários (que também têm boas chances de chegar aos 100 anos) tinham telômeros típicos de uma pessoa de 60 anos.

– Os centenários com os níveis mais baixos de marcadores de inflamação crônica tinham boa cognição e se mantinham independentes por mais tempo. Eles também eram os mais longevos.

– A inflamação era um preditivo mais preciso da capacidade cognitiva em pessoas que vivem até os 105 anos que gênero ou idade biológica.

Os pesquisadores também descobriram que filhos de centenários tendem a ter menos marcadores de inflamações crônicas, o que significa que as chances de uma vida longa e saudável são possivelmente explicadas pela genética.

Os cientistas sabem há muito tempo que a inflamação está ligada ao envelhecimento e às doenças, e um estudo com camundongos aponta que as inflamações podem até mesmo acelerar o processo de envelhecimento. A nova pesquisa oferece mais evidências de que as inflamações crônicas podem ser o fator mais importante na velocidade do envelhecimento.

Chegando aos 100 anos

Entender por que os centenários vivem tanto – e qual a importância das inflamações no processo de envelhecimento – pode ajudar todos nós a viver mais e melhor.

Quer entrar para o clube dos centenários? Uma dieta antiinflamatória é um bom começo. Alimentos saudáveis, exercícios e o cultivo de emoções positivas – sem falar em reduzir o consumo de açúcar e comidas processadas, evitar o estresse e dormir bem – ajudam a manter as inflamações sob controle.

“Controle as inflamações regularmente”, aconselha von Zglinicki. “Isso deve desacelerar o envelhecimento e, portanto, pode retardar várias doenças relacionadas à idade avançada, incluindo potencialmente a demência.”

Remédios anti-inflamatórios não devem ser usado por longos períodos por causa dos efeitos colaterais, mas a pesquisa pode abrir avenidas para novas pesquisas em busca de novas drogas que melhorem a qualidade de vida dos idosos.

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