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Cidades japonesas mudam para se adaptar a brasileiros

Spensy Pimentel/ABr - 23 de maio de 2005 - 09:31

As cidades japonesas que abrigam maior número de brasileiros estão se equipando para atender demandas específicas dessa comunidade. As ações incluem placas e material de divulgação e informação em português, além de tradutores nas repartições públicas, atendimento especial para crianças brasileiras com dificuldades escolares e serviços de assistência social que incluem cursos de japonês dados por voluntários, assessoria jurídica e contábil.

Quinze prefeituras das cidades com maior comunidade de brasileiros já formam há quatro anos uma associação para procurar soluções para problemas em comum, a Gaikokujin Shuju Toshi Kaigui. Além disso, atualmente, os prefeitos dessas cidades negociam com o governo japonês mudanças na legislação para atender os brasileiros em áreas como saúde e educação.

"A mudança nas regras japonesas é muito difícil, mas estamos trabalhando nisso. Nós reunimos os representantes das 15 cidades a cada três meses para fazer um brainstorming (debate) e tentar achar soluções comuns", afirma Shinji Sato, diretor da divisão de Relações Internacionais da Prefeitura de Toyohashi. A cidade, que se localiza na província de Aichi, a sudoeste de Tóquio, tem hoje 12 mil brasileiros entre seus 380 mil habitantes.

Sato concede a entrevista enquanto assiste à primeira aula de uma escolinha de futebol para crianças brasileiras, num campo de areia vizinho a uma escola municipal cedida para a atividade. "Estamos especialmente preocupados em pensar que ajuda é possível dar aos jovens e crianças", explica Sato.

A escolinha é uma parceria da prefeitura com a Associação dos Brasileiros de Toyohashi (ABT). A consolidação de representações políticas da comunidade de brasileiros para manter diálogo com os órgãos públicos é um fenômeno que acompanha essa preocupação dos japoneses. A ABT foi criada em setembro de 2004 e já organiza eventos como cursos, palestras, jogos de futebol infantil e churrascos, além de mutirões para assistência médica, consular e jurídica. Na semana passada, foi criada também uma Associação dos Brasileiros Residentes no Japão, que pretende integrar as atividades das diferentes associações locais. "Queremos estimular o sentimento patriótico, promovendo eventos, por exemplo", diz o empresário Ricardo Minoru Koike, um dos participantes da iniciativa.

"A receptividade das prefeituras às nossas demandas é grande. Essa representação política é o que eles queriam há muito tempo", explica Alcides Tanaka, presidente da ABT. Ele conta que os brasileiros de outras cidades já estão organizando entidades semelhantes há alguns anos, mas enfrentam a falta de participação dos brasileiros. Com pesadas jornadas de trabalho durante a semana, eles têm dificuldade e, às vezes, pouco interesse de participar de reuniões para debater os problemas da comunidade.

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