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Geral

Chupeta

BabyCenter - 08 de abril de 2016 - 09:00

Há quem seja fã, há quem deteste. O fato é que mulheres usam chupetas e bicos há séculos para acalmar bebês. A polêmica em torno do assunto é enorme, até entre profissionais de saúde, e por isso os pais acabam recebendo conselhos contraditórios.

Como surgiram as chupetas?

A chupeta surgiu da vontade de dar aos bebês alguma coisa que pudessem chupar com segurança -- evoluiu a partir de mordedores para quando os dentes estão nascendo e de chocalhos com pontas arredondadas.

Hoje o padrão é elas terem um bico de silicone ou de látex, e uma parte de plástico ou de silicone que fica do lado externo do rosto, além de uma espécie de alça. As chupetas de látex são mais macias e flexíveis que as de silicone, mas não têm a mesma durabilidade. Chupetas modernas são seguras -- são fáceis de esterilizar e a parte externa é projetada para que o bebê não engula o bico nem engasgue.

Há chupetas ortodônticas, projetadas com um formato especial para não prejudicar a formação dos dentes (leia abaixo sobre as desvantagens do uso de chupetas para saber mais sobre a influência da chupeta na dentição).
Vantagens do uso da chupeta

A principal vantagem do uso da chupeta é acalmar o bebê e ajudá-lo a dormir. O ato de sugar a chupeta ajuda a aliviar a dor, porque relaxa o bebê, e por isso muitos pais recorrem a ela quando a criança sofre de cólica ou não está conseguindo se acalmar. Ao sugar, os batimentos cardíacos do bebê ficam mais regulares.

Cada bebê é diferente na necessidade de sucção. Há crianças que requisitam o seio o tempo todo, mas não porque estejam com fome, e sim porque precisam do conforto de sugar alguma coisa. Embora o assunto seja polêmico, existe uma ligação entre o uso de chupetas e o abandono precoce da amamentação -- mas não se sabe se um é causa do outro ou não.

A chupeta pode, em certos casos, ajudar bebês prematuros que estejam com dificuldade de pegar o bico da mamadeira ou do seio, para poder abandonar a alimentação por sonda. Ela funciona como um treino para a sucção.

Desvantagens do uso da chupeta

Otites - existe uma relação comprovada entre o uso prolongado de chupeta e otites médias, ou seja, infecções de ouvido. Não se sabe exatamente se a relação é de causação direta -- pode ser que ela esteja relacionada a outros fatores, mas é preciso levar a relação estatística em conta.

Acredita-se que o uso da chupeta aumente a propensão da migração de infecções para a trompa de Eustáquio (a passagem oca que liga o ouvido médio e a garganta). Para evitar esse tipo de problema, limite o uso da chupeta à hora de dormir.

Infecções em geral - o uso da chupeta já foi estatisticamente associado a um risco maior da presença de sintomas como vômitos, febre, diarreia e cólica.

A explicação não é clara, mas, para garantir, se você for dar a chupeta ao seu filho, esterilize-a com frequência e carregue sempre uma limpa de reserva para o caso de a que ele estiver usando cair no chão.

Problemas dentais - o uso prolongado de chupeta e o costume de chupar o dedo podem causar problemas no desenvolvimento dos dentes, principalmente se a criança ainda tiver o hábito quando os dentes permanentes já estiverem nascendo. Esses problemas costumam exigir o uso de aparelhos ortodônticos.

Problemas de fala - o uso da chupeta impede os bebês de emitir sons do tipo “gugu-dadá”, “agu”, que são uma etapa importante do processo de aprender a falar. Em crianças maiores, reprime a fala, inibindo o desenvolvimento da linguagem. Esse tipo de problema é amenizado se o uso da chupeta ficar limitado à hora do sono .

Prejuízo à amamentação - existem fortes dados mostrando que mulheres que dão chupetas aos bebês têm maior probabilidade de desmamar os filhos mais cedo que mulheres que não dão a chupeta todos os dias.

Há muita controvérsia em torno da relação causal entre a chupeta e o fim da amamentação. Um dos argumentos é que talvez as mães recorram à chupeta justamente porque estejam com problemas no aleitamento materno ou porque não queiram amamentar.

Segundo outra linha de raciocínio, o uso de bicos diferentes (seio e chupeta ou mamadeira) pode causar confusão no bebê, dificultando a amamentação. Há também quem argumente que, como o bebê fica sugando a chupeta e não o seio, a mama é menos estimulada a secretar prolactina, causando a redução na produção de leite.

Seja qual for o motivo, o uso diário da chupeta está ligado à interrupção da amamentação antes dos 3 meses de idade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam que as mulheres dêem apenas o seio aos filhos durante os primeiros seis meses, a chamada amamentação exclusiva, para que eles recebam os enormes benefícios do leite materno.

Outro dado interessante é que muitas vezes bebês amamentados se recusam a pegar a chupeta ou qualquer outro tipo de bico. Se isso acontecer com seu filho, não é necessário forçar. A mamadeira pode ser substituída por copinhos.

Como usar a chupeta

O choro constante do bebê pode desestabilizar a família inteira, e o que o bebê mais precisa para se desenvolver com saúde é de um ambiente tranquilo. Em nome dessa paz pode ser que valha a pena tentar a chupeta. Para isso, siga as seguintes dicas:

Use chupetas ortodônticas e adequadas para a idade do bebê (procure informações na embalagem).

Mantenha as chupetas sempre limpas -- esterilize-as com frequência, idealmente todos os dias, pelo menos nos primeiros três meses do bebê. Se for guardá-las dentro de caixinhas especiais, esterilize a caixinha também.

Troque a chupeta se notar que ela está desgastada, furada ou grudenta.

Nunca mergulhe a chupeta em alimentos doces como açúcar, para fazer o bebê parar de chorar. Esse costume pode provocar cáries. A funchicória, erva em pó muito usada para acalmar os bebês, também é doce. Converse sempre com o pediatra antes de usá-la.

Limite o uso da chupeta ao estritamente necessário, como durante crises de cólica ou na hora de dormir. O uso prolongado de chupetas está relacionado à ocorrência de otites médias e outros problemas (consulte a seção Desvantagens acima).

Espere o bebê precisar da chupeta, em vez de colocá-la na boca dele automaticamente.

Tente tirar o hábito de chupar chupeta o quanto antes, e se esforce ao máximo para que o costume já tenha sido abandonado de vez quando os dentes permanentes forem nascer (por volta dos 6 anos).

O mais comum é os pais começarem a pensar em tirar a chupeta por volta dos 2 anos, mas você pode fazer isso mais cedo, até antes de 1 ano. A necessidade de sucção é muito maior nos primeiros meses. Depois os interesses do bebê se voltam para outros sentidos e vale a pena aproveitar a deixa para acabar com o hábito.

Não deixe que o uso da chupeta vire um vício para o bebê, especialmente durante o dia. Você controla a chupeta, não ele. Não a deixe à disposição e evite usar cordinhas para prender a chupeta à roupa. Não é demais repetir: limite o uso para quando ele for absolutamente necessário.

A chupeta reduz o risco de morte súbita?

Alguns dados sugerem que o uso da chupeta possa ter uma ação protetora contra a síndrome da morte súbita do lactente, um fenômeno muito raro que leva os bebês à morte durante o sono, sem explicação médica.

Um estudo publicado no British Medical Journal analisou o uso de chupetas por vítimas da síndrome e concluiu que a presença da chupeta estava associada a um risco menor, especialmente quando havia outros fatores de risco, como dormir de bruços, dormir com muita roupa de cama ou dormir na mesma cama com uma mãe que seja fumante (mesmo que não fume no quarto). De acordo com o estudo, chupar o dedo também teve influência positiva.

Os autores ressaltaram, porém, que os dados ainda são preliminares e precisam de confirmação. Para eles, há duas explicações possíveis para o efeito protetor. Uma é que a parte externa da chupeta ajude a manter o nariz e a boca do bebê longe das cobertas, e outra é que o ato de sugar melhore o controle das vias aéreas superiores. Outros especialistas acreditam que bebês que usam chupeta têm mais a atenção dos pais durante a noite, porque eles vão recolocar a chupeta na boca da criança, e que essa atenção é que tenha prevenido a síndrome.

Mas esses dados não são suficientes para justificar o uso da chupeta. A amamentação é extremamente importante, e para prevenir a síndrome da morte súbita também há outras providências, como não deixar o bebê dormir de bruços e não fumar.

Como largar a chupeta

Seu filho está o tempo todo de chupeta na boca? Você acha que ele já está grandinho para a chupeta? Experimente essas ideias para acabar com o hábito:

Vá diminuindo aos poucos os períodos em que permite o uso da chupeta.

Restrinja a chupeta a momentos críticos do dia, como a hora de dormir ou quando seu filho está doente, se sentindo mal. Seja firme.

Se for premiar a criança por não usar a chupeta, prefira brincadeiras, passeios, privilégios, adesivos ou presentinhos simples -- não dê doces a ela no lugar da chupeta.

Reforce a ideia de que crianças mais velhas não usam chupeta -- elas adoram se sentir mais crescidas.

Incentive a criança a dar todas as chupetas para alguém -- nem que seja o Papai Noel ou o coelhinho da Páscoa. E, depois que ela der, faça de tudo para não voltar atrás. Se não houver nenhuma data apropriada próxima, você pode inventar a “fada da chupeta”, que deixa um presentinho em troca.

Converse com outros pais para saber que estratégias eles usaram. Há quem faça, por exemplo, um furinho na chupeta, prejudicando a sucção, e diga ao filho que a chupeta “quebrou”.

Identifique os sinais de que seu filho está pronto para largar a chupeta e aproveite o momento. Durante um resfriado, é comum que a criança rejeite a chupeta, pois precisa respirar pela boca por causa do nariz entupido. Se isso acontecer, tire as chupetas de vista e espere. Quando seu filho pedir a chupeta, não dê imediatamente. Pode ser que ele largue o hábito naturalmente.

Invista na rotina da hora de dormir: anuncie uma mudança (um bichinho novo, a mudança do berço para a cama, um novo hábito, de ouvir música ou contar histórias de um livro, por exemplo), e explique que na nova rotina -- de criança grande -- não há espaço para a chupeta. O entusiasmo com a novidade pode ajudar.

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