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Chile: meninas fumam mais do que meninos

Agência Notisa - 28 de maio de 2004 - 15:34

Mais uma data para lembrar a importância de manter a saúde. Dia 31 de maio é o Dia Mundial sem Tabaco, tabaco este que, segundo o Hospital do Câncer, é responsável por 90% dos tumores de pulmão e 60% dos de esôfago. Um estudo da Pontifícia Universidade Católica do Chile investigou a prevalência e principais características do fumo em estudantes chilenos. O resultado espanta pelos números: mais de 64% dos jovens declararam já ter fumado cigarro alguma vez na vida.

O estudo, que também pesquisou a influência de variáveis psicossociais e epidemiológicas no consumo de tabaco pelos estudantes, procurou considerar uma escala nacional de jovens, abordando mais de 16 mil escolares. As idades dos jovens variaram entre seis e 17 anos e foram estabelecidas cinco categorias para o consumo de cigarro: já experimentou cigarro, fumante diário (pelo menos um cigarro por dia), fumante ocasional (menos de um cigarro por dia), fumante real (fuma diariamente e ocasionalmente) e ex-fumantes (se mantêm sem fumar pelo menos até um mês antes da entrevista).

Variáveis como idade quando começou a fumar, conhecimentos dos efeitos do fumo sobre a saúde e perspectivas futuras de consumo também foram abordadas, assim como fatores que possam ter influenciado o jovem a fumar, como uso entre os pais e amigos, e a fonte de obtenção do cigarro.

A pesquisa revela que, enquanto 64,1% dos alunos chilenos já experimentaram cigarro, 67,7% das estudantes afirmam que já utilizaram tabaco, sendo menor esse número entre os garotos: 60,4% dos jovens já fumaram alguma vez na vida. “Esta diferença de consumo entre os sexos se acentuou ainda mais a partir da sétima série, chegando a alcançar o índice de 73% de meninas que já fumaram. Em ambos os sexos, o fumo aumentou conforme a idade dos alunos, porém sempre com taxas mais elevadas para as mulheres”, diz o estudo publicado na Revista Médica do Chile (vol 132, n.2).

O nível socioeconômico também se mostrou decisivo para o fumo entre os jovens chilenos. Quanto mais baixo esse parâmetro, mais altas foram as taxas de fumantes, o que foi mais explícito a partir dos 11 anos de idade. Já a idade média para o primeiro contato com o cigarro foi de 12,34 anos, sendo que os meninos começam a fumar mais cedo do que as meninas. Entre os fumantes reais, 46% deles fumam menos de cinco cigarros entre segunda e sexta-feira.

O estudo também constata que jovens filhos de pais que fumam têm maior risco de se tornarem fumantes, principalmente se é a mãe quem fuma. Os pesquisadores constataram que quando os pais proíbem o fumo entre os jovens há uma queda de até 34% no uso do tabaco. Quanto ao consumo futuro de cigarro, quase 70% dos fumantes diários afirmam que vão manter ou aumentar a quantidade de cigarro fumado, enquanto somente 30% pensaram em parar com o vício.

A pesquisa foi além e investigou os locais mais procurados pelos estudantes para fumar. Dos jovens abordados, 80% fumam nas proximidades da escola, em praças próximas, principalmente após o término da aula. “Nós constatamos elevada prevalência de contato com o cigarro entre os estudantes e em uma larga amostra, o que evidencia que o risco de uma pessoa se tornar fumante se dá precocemente, já na vida escolar”, destacam os cientistas no texto.

Para eles, a situação da mulher nesse contesto de jovens fumantes é preocupante: “a prevalência de consumo é maior na mulher já desde cedo e pode representar o contexto de mudanças que são percebidas no papel sócio-cultural da mulher”, lembram. E também destacam a importância de se analisar hábitos e comportamentos dos estudantes que não fumam, para identificar prováveis alternativas de combate ao vício: “à luz desses resultados, as políticas de controle e prevenção do fumo em escolares devem ser iniciadas precocemente na vida, antecedendo a idade crítica para o consumo”, concluem.


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