O cheque especial tem duas funções. Uma delas é distinguir o cliente que possui crédito perante o estabelecimento bancário, o que facilita as negociações do correntista. A outra, que é ainda mais importante, é a liberação de crédito, automaticamente, sempre que a conta estiver sem fundos disponíveis, nos limites e condições do contrato. Mas a alta taxa de juros que incide sobre esse empréstimo levou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a desaconselhar o uso do cheque especial, principalmente se isso for feito de forma constante.


"De todas as modalidades de crédito, o cheque especial é o mais caro porque, inclusive, ele tem disponibilidade imediata. O cliente deve procurar só usá-lo, de fato, em último caso, às vezes. Se ele precisa de um empréstimo, sabe que vai precisar e que precisa de um tempo para pagar, ele vai ao banco e toma um empréstimo com uma taxa mais barata. E procure não usar cheque especial como uma forma de crédito recorrente e constante."

A recomendação foi feita durante audiência pública na Câmara dos Deputados promovida por cinco comissões permanentes da Casa, uma do Senado e uma mista, a Comissão de Orçamento. O presidente do Banco Central disse que não há dúvidas de que a taxa de juro no País precisa cair. Mas para que essa queda ocorra ele acredita que seja preciso haver "um processo continuo de aperfeiçoamento no âmbito do Conselho Monetário Nacional" no sentido de reduzir adiferença entre taxa de captação e a paga pelos consumidores.

De Brasília, Leilane Alves