Ao contrário do que se pensava nos anos oitenta, a maioria de portadores do vírus HIV não é composta por homossexuais. Segundo o boletim epidemiológico de 2010 do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, dos novos casos de Aids registrados em maiores de 13 anos, 20 por cento dos homens eram homossexuais e 43 por cento eram heterossexuais. Uma pesquisa recente, feita com pacientes do hospital Emílio Ribas, em São Paulo, também comprova isso: sete de cada dez adultos soropositivos internados são heterossexuais. Para o gerente de articulação com movimentos e redes sociais do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Gil Casemiro, os números comprovam que a Aids não tem cara e que o preconceito é o que mais atrapalha na luta contra a doença:

\"A aids não tem cara, não escolhe orientação sexual e traz uma reflexão para a sociedade que a única ferramenta apropriada para conter a disseminação da epidemia do HIV é o uso da camisinha, independente de ser gay, de ser jovem, de ser mulher, negro, adulto, é a ferramenta estratégica de proteção é o uso da camisinha.\"


O gerente de Articulação com Movimentos e Redes Sociais do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Gil Casemiro, afirma que o preconceito de que doença afeta, principalmente, os homossexuais, ainda existe nos dias de hoje. Segundo ele, esse pensamento aumenta o risco de homofobia e deve ser combatido.

\"Ainda para grande parte da sociedade, a aids afeta, principalmente, os homossexuais, ainda como um grupo bastante vulnerável, não pela própria orientação sexual, mas por todo contexto de vulnerabilidade que ele vive. O estigma, a discriminação, então, acaba tornando essa pessoa vulnerável à violência, à homofobia.\"

Como forma de prevenção a doença, Gil Casemiro reforça a importância do uso da camisinha.

Reportagem, Alexandre Souza