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Cassilândia: Porque fechar o melhor curso de matemática?

João Girotto - 13 de março de 2009 - 10:10

A direção da UEMS decidiu fechar os cursos de Letras e Matemática da unidade de Cassilândia. Pelo menos é o que foi conversado quando os pró-reitores estiveram em Cassilândia, e mantiveram reunião com os professores. Letras vai ser deslocado para Paranaiba e Matematica vai ser extinto.

Perguntar não ofende: o cassilandense tem que viajar, todas as noites até Paranaiba, para cursar Direito ou outras matéria. Porque o paranaibense também não pode estudar em Cassilândia?

Quando se argumenta que teria esgotada a clientela para o curso, alguma pesquisa foi feita em Paranaiba para se saber da necessidade ou não?

O curso de Matemática de Cassilândia é o que tem mais aprovados em pós-graduação (Mestrado e Doutorado), dos três que existem na UEMS, segundo informações que recebeu o Cassilândianews. Recentemente mais um aluno foi aprovado na Unesp, em São José do Rio Preto. Não seria então melhor a universidade divulgar melhor os cursos que ela possue em Cassilândia, antes da medida extrema? Letras também não fica atrás, como ficou provado no exame nacional. A Universidade em Cassilândia foi bem avaliada.

A informação é que no lugar de dois cursos viria um de engenharia, mas que não se sabe qual a especialidade, possivelmente agrícola. Mas, qual a pesquisa que foi feita para saber se esse curso é o esperado pela comunidade cassilandense? A engenharia agrícola viria porque seria um curso mais barato do que a engenharia florestal. Este, por sinal, dificilmente viria porque já foi para Aquidauana.

Um curso de engenharia também seria diurno. Acaba-se com dois cursos noturnos e cria um diurno. Pelo que se sabe a escola pública é para atender o cidadão com menor poder aquisitivo. Pelo menos em tese. Quem não tem dinheiro em Cassilândia, que não pode pagar uma faculdade particular, como vai estudar? Afinal, ele estuda a noite, porque necessita trabalhar durante o dia.

Um professor disse que os cursos de Letras e Matemática têm cerca de 80% de alunos da cidade e 20% de fora. O de Agronomia é o inverso, 20% da cidade e 80% de fora.

Vai se criar um novo curso que o cidadão pobre da cidade não vai poder cursar por ser diurno e servirá para a clientela de outras cidades. Essa linha de raciocínio está correta?

Os professores que residem em Cassilândia não gostariam de ir embora, segundo se comenta. Parece que quem reside fora e que não se opõe. Mas fica uma pergunta: não foram concursados para ministrarem aulas em Cassilândia?

Até o momento a proposta de transferência e extinção de cursos não chegou ao Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão e Conselho Universitário. Nem o da criação de novos cursos para Cassilândia.

Quando chegar, a "Inês é morta". O que espera a classe política de Cassilândia para tomar uma posição clara a respeito do assunto. Quando aqueles que receberam votos em Cassilândia serão acionados para resolver esta questão? Não adianta a demagogia de abaixo assinado. O que se precisa é uma tomada de posição. O que se precisa é de peso político. Depois, como tantas vezes, não adianta chorar.

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