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Cassilândia: nenhum humano foi contaminado com a raiva

10 de fevereiro de 2009 - 14:39

Nenhum humano, no município de Cassilândia, foi contaminado com a raiva bovina. Duas pessoas, que tiveram contato com animal contaminado, foram encaminhadas para Paranaiba, mas já foram liberadas, segundo informação do veterinário do Iagro, Silvio Cézar Oliveira.

A doença reapareceu, depois de quinze anos, na região da Árvore Grande e novos casos chegaram a ser detectados até na divisa com Paranaiba. Todos os proprietários já foram notificados e estão vacinando os rebanhos, inclusive cavalos, cachorros e gatos.

O veterinário, que é Fiscal Estadual Agropecuário, alertou que a construção de barragens pode mudar o meio ambiente. As águas invadem as cavernas e os morcegos tendem a procurar outros lugares.

Sobre a informação de que o Ibama havia proibido o Iagro de dar combate aos morcegos dentro das cavernas, explicou que o diretor do Iagro já está em negociação com o Ibama para resolver o problema. Segundo ele, existe outras fórmulas, como armar rede nas entradas das cavernas para capturar os morcegos.


Fique por dentro


Para conhecimento de todos, abaixo, estamos republicando o matéria que explica o que é a raiva bovina, de autoria do AgroRede Notícias. O veterinário Silvio Cézar Oliveira leu, e recomendou a todos lque lessem.

A raiva é uma doença do sistema nervoso que também pode atacar animais herbívoros, como bovinos, caprinos, ovinos e eqüinos. No Brasil, foram registrados oficialmente 2,6 mil casos de raiva em herbívoros em 2006 e, apesar de a doença ser considerada endêmica no país - ou seja, com incidência em todas as regiões - 55% desses casos registrados ocorreram nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Paraná.

A Coordenação da Raiva dos Herbívoros do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) calcula que a doença provoca a morte de aproximadamente 25 mil cabeças bovinas por ano. Além de levar os animais à morte em aproximadamente dez dias, a contaminação com a raiva pode trazer prejuízos para produção de leite, de carne e de couro, e ainda atingir humanos que lidam diretamente com o rebanho. Ano passado, foram registrados nove casos de raiva humana, nos estados do Maranhão, Alagoas, Pernambuco, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Ao contrário do que é feito nos casos de raiva em animais de estimação, o tratamento da doença nos herbívoros não se restringe à vacinação periódica. "O transmissor é o morcego vampiro Desmodus rotundus, que se alimenta do sangue desses animais. Por isso, o controle da população do morcego é uma das principais formas de evitar a contaminação dos rebanhos", explica Carla da Silva Goulart, gerente do Programa Nacional de Controle da Raiva em Herbívoros do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

De acordo com Carla, notificar os casos de raiva às autoridades sanitárias é importante, pois, com base nessas informações, o Mapa pode direcionar as ações contra a doença. "Quando se sabe onde está a população dos morcegos, é possível realizar a captura e o controle destes animais, além de orientar a vacinação dos rebanhos na área próxima ao foco e informar os produtores sobre como prevenir novos casos da doença", esclarece.

É essencial que as ações tomadas por técnicos agropecuários sejam orientadas por veterinários capacitados. "Além do treinamento sobre o controle da população do Desmodus rotundus, é importante tomar precauções para evitar a transmissão da raiva para quem lida com os animais", explica Carla. "A melhor coisa a fazer diante da suspeita de um caso de raiva é avisar às autoridades veterinárias do estado".

Treinamento e medidas para evitar a doença

Desde 1966, o Ministério da Agricultura promove ações para prevenir e controlar a raiva nos herbívoros. Por meio do Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH), o Mapa coordena as ações de todos os órgãos estaduais de defesa sanitária animal, além de firmar parcerias estratégicas com órgãos internacionais de controle à raiva, como a Organização Panamericana de Saúde (OPAS).

Uma das ações realizadas em parceria com a OPAS foi a elaboração e distribuição em 2004 de revistas da Turma da Mônica com o tema "Abaixo a Raiva", com o objetivo de colaborar com ações de educação sanitária no controle da raiva em todo o Brasil. Em 2006, devido ao grande sucesso deste material, foram reimpressos um milhão de exemplares, distribuídos a todos os responsáveis pela execução do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros, em todos os estados brasileiros.

No final do ano passado, outra parceria entre a OPAS e o Departamento de Saúde Animal do Mapa permitiu melhorar a capacitação de técnicos agropecuários para o controle da raiva. Por meio de um convênio, foram realizados treinamentos com técnicos agropecuários sobre captura e controle de morcegos Desmodus rotundus nas cidades de Guararema (SP) e Cáceres (MT). Ainda estão previstos treinamentos em Palmas (TO) e em Pesqueira (PE). A expectativa é capacitar, em 2007, 320 técnicos e formar 140 equipes exclusivas de captura e controle dessa espécie de morcegos.

Os estados que participam do treinamento podem receber um kit com todo material necessário à captura dos morcegos, caso solicitem os kits formalmente ao Mapa. Cada kit é composto por 76 itens, como equipamentos de proteção individual, rádios comunicadores, GPS, redes de captura de morcegos, pastas vampiricidas e outros materiais necessários para controlar a população dos animais transmissores.

Neste ano, o controle da raiva no mundo ganhou um reforço importante. O dia 8 de setembro foi escolhido como Dia Mundial da Raiva pela Aliança para o Controle da Raiva. O objetivo é conscientizar a população sobre o controle e a prevenção da raiva humana e mobilizar todas as instituições envolvidas nessa tarefa.

Sinais da raiva nos herbívoros

- Animal se isola do rebanho, não bebe e não come;

- Tem dificuldade para engolir;

- Parece estar engasgado e saliva muito (baba);

- Tem andar cambaleante e dificuldade de ficar em pé

- Na fase final da doença, o animal apresenta paralisia dos quartos posteriores, cai e não consegue mais se levantar;

Os herbívoros contaminados com a raiva podem transmitir a doença aos humanos. Por isso, todos os técnicos agropecuários e veterinários que lidam com rebanhos de herbívoros devem ser vacinados preventivamente contra a raiva.

Quando algum animal no rebanho apresentar esses sintomas, morrer sem causa definida ou for atacado por morcegos vampiros, é importante avisar à unidade local do serviço de defesa sanitária animal do seu estado. Os veterinários irão à propriedade, para avaliar o rebanho gratuitamente. Não se deve aproveitar a carne ou o leite dos animais que morreram com suspeita de raiva.

Transmissor

O morcego vampiro, ou Desmodus rotundus, alimenta-se de sangue e costuma atacar bois, cabras, ovelhas e cavalos na região da tábua do pescoço, lombo e garupa. O animal agredido apresenta um pequeno ferimento com uma marca de sangue escorrido.

O Desmodus rotundus abriga-se em cavernas, troncos de árvores, cisternas abandonadas. Não é aconselhável tentar matar os morcegos ou espantá-los. A melhor forma de controlar a população do Desmodus rotundus é com o auxílio de médicos veterinários, que são treinados para encontrar os locais onde os morcegos se abrigam. Também é possível usar pasta ou gel vampiricida no próprio rebanho, mas também com orientação de profissionais treinados.

Para saber mais sobre a raiva dos herbívoros

É possível obter mais informações sobre a raiva dos herbívoros por meio do e-mail [email protected] ou pela Central de Relacionamento e Serviços do Mapa, pelo telefone 08007041995 (ligação gratuita).

O Manual Técnico de Controle da Raiva dos herbívoros está disponível em versão eletrônica no site do Ministério da Agricultura www.agricultura.gov.br.

A legislação federal que aprova as Normas Técnicas para o Controle da Raiva dos Herbívoros no Brasil é a Instrução Normativa Ministerial nº 5, de 1º de março de 2002.

Outras informações: Mapa - Tel: (61) 3218- 2203/2204, Fax: (61) 3322- 2880 ou no site www.agricultura.gov.br


Fonte: MAPA

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