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Cassilândia: intercambiária conta sobre a Polônia

Bruna Girotto - 15 de junho de 2011 - 14:32

Arquivo pessoal
Arquivo pessoal

Por meio do intercâmbio promovido pelo Rotary Clube, a cassilandense Isadora Prado Cano viveu o último ano na Polônia. A jovem, que chegou à cidade ontem, concedeu entrevista ao programa Rotativa no Ar, da Rádio Patriarca na manhã desta quarta (15).

\"Aprendi que a gente nunca perde nada por fazer o bem para os outros. Se for simpático com alguém, ele será com você\", disse sobre a aprendizagem que tirou da viagem.

Isadora contou que as duas famílias em que ficou foram maravilhosas com ela. A primeira família entendia o que estava acontecendo na vida da jovem, pois a filha dos seus pais poloneses estavam fazendo intercâmbio também.

Sobre a língua, ela disse que os familiares foram pacientes. \"Eu demorei 6 meses para conseguir entender bem o pessoal. Eu tinha duas aulas de polonês por semana. A professora foi bem legal com a gente. Era aula específica para os intercambiários\", relatou.

Em relação à escola, ela disse que o pessoal leva mais a sério que no Brasil, e tem mais respeito pelo professor.

A alimentação era diferente da brasileira. \"Eu não gostei de umas comidas muito estranhas, muito gordas\", disse. Isadora preparava seu café da manhã sozinha e explica o motivo: \"Porque quando minha mãe fazia era linguiça, salsicha e batata\"

O almoço era servido às 4h da tarde. Sempre tinha sopa. \"No calor, era sopa gelada. E no frio, a minha preferida era a de tomate\", disse. O jantar era uma ceia servida entre 7 e 8 horas da noite. Depois, todo iam dormir.

Na Polônia não faz só frio. \"Quando cheguei lá estava 40º C, mais quente que no Brasil. No inverno, eu peguei -22ºC (vinte e dois graus negativos). Você tem que sair com um monte de roupas\", contou sobre sua nova experiência.

Ela disse que o inverno é desanimador: \"No inverno, amanhece às 8h e 4h da tarde está de noite. Aí não tem nada pra fazer.\"

Ao ser questionada se havia ficado com alguém, ela se esquivou: \"Gente, os poloneses são feios. Tem um ou outro que salva. No Brasil, se é feio, você conversa e acha a pessoa legal. Na Polônia, eles são quietinhos e reservados. Já não conversa e já é feio...\"

Em relação à religião predominante, Isadora disse que é o catolicismo. \"O pessoal é muito católico. Eles levam a tradição muito a sério. Natal e Páscoa todo mundo reúne a família. Eles seguem bem à risca.\"

Ela visitou campos de concentração, localizados na Polônia, símbolos do Holocausto perpetrado pelo nazismo. \"Eu fiquei depressiva por 1 semana. É muito triste. Você chora. Existem lugares que colocaram cabelos do judeu, que os alemães pegavam pra fazer pano, travesseiro\", disse sobre a visita.

Isadora contou que eles criaram a marcha pela Esperança. \"Eles marcham de um campo de concentração para o outro\". Ela explicou que a marcha relembra a mesma feita pelos judeus, no século passado, onde no meio do caminho morreram muitas pessoas.

Sobre os campos de concentração, Isadora disse que o máximo de vida de uma pessoa lá eram 2 meses. \"Eu entrei numa câmera de gás e num crematório. Você se sente oprimido espiritualmente\".

A jovem contou sobre o que mais gostou: \"Foi do pessoal e o valor que eles dão pra cultura. Nas duas casas que fiquei me levaram para teatro, cinema, concerto. Conheci um país maravilhoso. Eles passaram uma fase muito difícil. A Polônia foi dividida no meio pela guerra. Apesar de tudo isso, eles têm amor. Amam a terra deles.\"

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