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Cassilândia: Família de Pernambuco agradece homenagem

20 de fevereiro de 2009 - 19:17

Em tempos de tamanho individualismo, em uma época em que os interesses pessoais tem se avultado diante das questões sociais é raro sermos surpreendidos por atitudes de reconhecimento público e gratuito. Felizmente ainda existem pessoas abnegadas que despendem seu tempo e seus esforços em reconhecer a importância do papel desempenhado por figuras que fizeram de suas vidas um legado.

Por isso nós, familiares do saudoso "Pernambuco", viemos a público agradecer a homenagem rendida ao nosso patriarca pela escola de samba Juventude Cassilandense, na pessoa do carnavalesco prof. Joiny José Barreto, por ter trazido à lume seu nome, sobretudo às novas gerações, com o enredo: "Sou Pernambuco, não nego".

Joaquim Tenório Sobrinho foi mais que um homem público ímpar, foi um ser - humano notável, não se entregou à tragédia da morte prematura do pai nem às intempéries de sua terra natal, castigada pela seca. Foi senhor de sua própria história, mesmo tendo tudo contra ele não se entregou. Assumiu ainda na adolescência a responsabilidade de chefiar sua família, não se furtou à sua predestinação, quiçá outorgada-lhe por Deus, de superar seus próprios limites em nome do bem do seu próximo. Sua mãe e irmãos foram os primeiros a vislumbrar o visionário obstinado que tempos mais tarde viria a ser revelado aos olhos de gente de tão distante terra, mas que veio a ser tratada por ele como uma extensão de sua família.

Em Cassilândia, o Joaquim Pernambuco, como ficou conhecido, construiu sua saga. De humilde retirante, quase miserável, mas pertinaz como poucos veio a se tornar um dos maiores produtores rurais da região, e antes de se tornar político, diga-se de passagem. Mas seu grande feito não foi simplesmente ter vencido a miséria e ter guinado os rumos de sua própria história e de sua família, seu grande mérito foi não ter se deixado embevecer pelo dinheiro e pelo poder.

Jamais perdeu de vista suas origens e justamente por isso nunca negou auxílio a quem quer que fosse. Mesmo após ter amargado a derrocada financeira, continuou ajudando àqueles que buscavam auxílio sobre suas asas, pois era bem assim que ele se portava, como um grande pai que a todos acolhia sob suas benesses. A Vila Pernambuco é , hodiernamente, a prova mais tangível disso, embora seja apenas a ponta do iceberg. Um bairro inteiro, o maior da cidade, entregue à população carente!

Sem deixar transparecer a mínima ponta de amargura continuou a ajudar ao próximo até o último dia de sua vida, literalmente, tendo doado o último punhado de arroz que tinha em casa pela manhã a um pedinte alegando à esposa que ao menos eles contavam com crédito na venda da esquina, mas aquele coitado nem isso. Veio a falecer poucas horas depois.

São inúmeros os casos de prova de humildade e fraternidade deste homem que poderíamos continuar a enumerar, aqui, mas este não é nosso objetivo. A homenagem já foi feita e por jovens que sequer chegaram a conhecê-lo pessoalmente, o que reforça ainda mais nosso sentimento de gratidão. Toda tentativa de se manter vivos na memória do povo vultos do passado que ajudaram a construir nosso presente são louváveis, pois um povo sem história, não é um povo, é tão somente um agrupamento de indivíduos sem identidade coletiva, sem referências.

Mais uma vez agradecemos pela distinta homenagem e apresentamos nossos votos de sucesso,



Luizinho, Marizalve, Lourdes, Cícera e Assis Tenório.

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