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Cassilândia: crime da JK foi premeditado e passional

Bruna Girotto - 19 de setembro de 2011 - 13:55

Analício Rodrigues, 60 anos, confessou ter cometido o assassinato de Edna Souza Silva, 35 anos, na manhã do dia 15 na Avenida JK, em Cassilândia (MS).

De acordo com o delegado Rodrigo de Freitas, em entrevista concedida ao programa Rotativa no Ar nesta segunda-feira (19), Analício foi à delegacia, sendo possível interrogá-lo. \"Por um lado, isso é bom, porque nós já colhemos todos os elementos. Ele confessou o crime. Então, nós já temos um respaldo para prosseguimento e uma eventual condenação\", contou.

O delegado explicou o motivo pelo qual não pôde deixar Analício preso: \"Já havia extrapolado o flagrante\". E continuou: \"A lei é injusta, mas infelizmente nós somos obrigados a cumpri-la, porque senão a própria autoridade responde por crime de abuso de autoridade\".

O delegado disse ainda que quando Analício esteve na delegacia ainda não havia sido feito o pedido de prisão preventiva, pois a magistrada precisava de um tempo para analisar o caso: \"Hoje o indivíduo já está com o mandado de prisão em aberto e nós vamos procurá-lo de novo\".

Afirmou mais: \"Não há o que reclamar do Poder Judiciário. Infelizmente é um prazo que não tem como saber. A pessoa chega (à delegacia), eu sou obrigado a ouvir e sou obrigado a soltar. Às vezes, não dá tempo do juiz analisar. Infelizmente é isso. Diferente se tivesse outro mecanismo que me autorizasse a prender. A gente fica amarrado. Isso é até desmoralizante, isto é triste, mas é a lei e nós temos que cumprir\".

Interrogatório - Rodrigo disse a versão de Analício sobre o crime:\"Ele alegou que cruzou com a vítima na avenida e, na hora que ela o viu, partiu para agredi-lo deixando arranhões e, por isso, ele efetuou os disparos, matando a vítima no local\".

Segundo o delegado, Analício argumenta que estava andando armado pois o esposo da vítima já teria entrado em luta coporal com ele e causado algumas lesões. \"Nós apuramos que, bem antes de brigar com o marido da vítima, ele já andava armado\". Rodrigo disse que a principal alegação do suspeito é o fato da vítima supostamente ter avançado nele, porém não acredita nesta versão: \"Se isso fosse verdade, o que pelos elementos dos autos não é, por ser homem e ter uma força física muito maior, não haveria necessidade de efetuar disparos contra a vítima\".

O delegado disse ainda que \"chegou a ser vergonhoso este depoimento\", por saber que isso não é verdade. E continuou: \"Claro que a gente respeita, ouvimos ele, que veio e saiu com advogado. Ele apresentou a arma e nós estamos encaminhando para a perícia. Mas nós sabemos que isso não é verdade. Vamos terminar o inquérito policial e encaminhar ao Judiciário\".

Rodrigo afirmou os motivos que levam a crer que o crime foi premeditado: \"Ele já estaria inclusive pagando funerária, porque aparentemente ele também pensava em se matar. O que não se consumou. Nós sabemos que ele praticou o fato e fugiu\".

O crime, segundo o delegado, foi \"totalmente passional\". Rodrigo disse que, de acordo com os relatos de Analício, este teve um envolvimento com a vítima: \"Por a vítima não aceitar a reatar o relacionamento, ele teria efetuado os disparos e causado a morte da vítima\".

E, por fim, o delegado fez um pedido: \"Gostaria de pedir à população e ao próprio sr. Analício que se entregue, porque já tem a ordem judicial de prisão e a polícia já está procurando ele.\"



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