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Cassilandense é homenageado pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte

TJRN - 02 de setembro de 2016 - 09:30

O magistrado cassilandense Deyvis de Oliveira Marques juntamente com a Deputada Estadual Cristiane Dantas, recebendo a homenagem na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, pelo trabalho em defesa das mulheres vítimas de violência doméstica.
O magistrado cassilandense Deyvis de Oliveira Marques juntamente com a Deputada Estadual Cristiane Dantas, recebendo a homenagem na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, pelo trabalho em defesa das mulheres vítimas de violência doméstica.

Dois integrantes do Poder Judiciário potiguar foram homenageados hoje (31) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte durante sessão solene que lembrou os dez anos da Lei Maria da Penha. A juíza Fátima Soares, da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, e o juiz Deyvis Marques, do Juizado da Violência Doméstica de Parnamirim, foram indicados entre 12 personalidades, autoridades e militantes do movimento feminista que atuam na prevenção e no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher.

Para a deputada Cristiane Dantas, propositora da sessão, o momento é de destacar os avanços da Lei Maria da Penha no Rio Grande do Norte e também de cobrar a ampliação do atendimento e proteção às mulheres que ainda são vítimas dos agressores. “Essa lei trouxe um arcabouço jurídico para uma seara que não era reconhecida aos olhos da justiça, mas tão importante quanto à regulamentação dela, foi a coragem da farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes pela incansável luta por um direito comum a qualquer cidadã e cidadão: o direito primordial à justiça. Foi através dela que muitas outras mulheres tiveram coragem de romper o silêncio imposto pela violência”, disse a deputada.

Cristiane Dantas destacou que o Rio Grande do Norte está entre os cinco estados do Brasil com maior índice de assassinato de mulheres. De acordo com dados apresentados pela parlamentar, este ano foram registradas mais de 60 mortes e quase metade do total está relacionado à violência doméstica no Estado. Desse universo, onze mortes ocorreram neste mês. “Nesse cenário, não posso ignorar o recorte dos casos envolvendo mulheres negras. Elas ainda são as maiores vítimas do machismo e do racismo na nossa sociedade”, falou Cristiane.

A juíza Fátima Soares falou em nome dos homenageados e disse que os dez anos da lei fazem parte da luta permanente das entidades que buscam o combate à violência contra a mulher. “A Lei veio para dizer que é contra a violação dos direitos humanos. Espero que os nossos serviços permaneçam em luta para que possamos garantir a aplicabilidade”, disse a juíza, defendendo a ação integrada entre as instituições nos serviços de enfrentamento da lei.

“Nós precisamos discutir conceitos e conversar com as vítimas sem julgamentos preconceituosos. Precisamos também trabalhar o homem agressor, pois, infelizmente, a violência doméstica compõe a realidade de todas as classes sociais”, acentuou a magistrada.

Estiveram presentes na sessão da ALRN a desembargadora Maria Zeneide Bezerra e os juízes Undário Andrade, Cleófas Coelho e Arthur Cortez Bonifácio. Participaram ainda a deputada Márcia Maia, a vereadora Júlia Arruda, a secretária de Trabalho e Ação Social, Julianne Faria; a secretária municipal de Políticas Públicas Para as Mulheres, Maria Aparecida França, a secretária adjunta da OAB, Priscila Fonseca e a promotora de Justiça Érica Verícia Canuto.

Maria da Penha

A Lei entrou em vigor no dia 7 de agosto de 2006, alterou o Código Penal Brasileiro e possibilitou que agressores de mulheres no âmbito doméstico ou familiar sejam presos em flagrante ou tenham sua prisão preventiva decretada. Estes agressores também não poderão mais ser punidos com penas alternativas. A legislação também aumenta o tempo máximo de detenção previsto de um para três anos. A nova lei ainda prevê medidas que vão desde a saída do agressor do domicílio e a proibição de sua aproximação da mulher agredida.

O caso nº 12.051/OEA, de Maria da Penha Maia Fernandes, foi o que deu nome à Lei 11.340. Ela foi espancada de forma brutal e violenta diariamente pelo marido durante seis anos de casamento. Em 1983, por duas vezes, ele tentou assassiná-la, tamanho o ciúme doentio. Na primeira vez, com arma de fogo, deixando-a paraplégica, e na segunda, por eletrocussão e afogamento. Após essa tentativa de homicídio ela tomou coragem e o denunciou.

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