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Casamento homossexual na Argentina ainda depende da sanção de Cristina Kirchner

Luiz Antonio Alves, Agência Brasil - 18 de julho de 2010 - 14:22

Buenos Aires – O entusiasmo das organizações de defesa da comunidade homossexual, provocado pela aprovação da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Argentina, acabou deixando de lado o fato de que ela somente entrará em vigor após a sanção da presidente Cristina Kirchner e ainda serão necessárias algumas semanas até que os órgãos judiciais do país estejam preparados para colocá-la em prática. A presidente voltou ontem (17) de uma viagem de negócios à China.

Para muitos homossexuais argentinos, este é um detalhe que não impede as celebrações pelo resultado obtido no Senado, já que a presidente tornou-se, juntamente com o marido, Néstor Kirchner, numa das maiores defensoras do projeto e já sinalizou que irá sancioná-lo integralmente. O projeto foi aprovado pelos senadores argentinos na última quinta-feira (15), após 14 horas de intensos debates entre os parlamentares, com 33 votos a favor, 27 contra e três abstenções.

De acordo com María Rachid, presidente da Federação Argentina de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais (Falcgbt), a lei será sancionada pela presidente na próxima quarta-feira (21), durante cerimônia na Casa Rosada, sede do governo argentino. A informação, disse Rachid, foi transmitida à federação pelo chefe de Gabinete, Anibal Fernández.

Antecipando-se à sanção presidencial, o empresário artístico Alejandro Vanelli e o ator Ernesto Larrese vão se transformar no primeiro casal gay a se casar na Argentina. A cerimônia está marcada para o próximo dia 13 de agosto, em cartório de registro civil localizado no bairro de Palermo. Antes da aprovação da lei, a dupla já havia apresentado um pedido à Justiça para a união.

O interesse do casal Kirchner pela lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo está se transformando no tema de debates tanto entre os parlamentares do Congresso argentino quanto na imprensa. O jornalista Fernando Laborda, por exemplo, que colabora com o jornal Clarin, pergunta por que o casal Kirchner influenciou na votação do Senado, obrigando os senadores aliados do governo a votar favoravelmente ao projeto mesmo à custa de suas convicções pessoais sobre o assunto.

Laborda diz que uma das razões para o interesse do casal é consolidar “um suposto perfil progressista”. Além disso, segundo o jornalista, os Kirchner acreditam que a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo poderia aprofundar as divisões na oposição, algo fundamental para a estratégia do casal tendo em vista as eleições presidenciais de 2011. Néstor Kirchner já é um virtual candidato ao governo argentino no ano que vem.





Edição: Aécio Amado

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