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Carvoarias de MS amargam prejuízos e planejam demissões

Marineiva Rodrigues/Campo Grande News - 05 de julho de 2005 - 07:41

A queda no preço do dólar que pôs em ponto-morto as exportações da siderurgia nacional também trouxe conseqüências para os empresários do setor do carvão em Mato Grosso do Sul. Com o dólar em queda livre e as exportações retraídas, o setor siderúrgico deverá rever para baixo sua previsão de vendas no mercado interno para 2005 e principalmente para o mercado externo.

O IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia), previa um crescimento de 10,2% para as vendas internas neste ano, o que já significaria um desempenho menor que o registrado no ano anterior, quando foi registrada alta de 15,4%. A revisão para 2005, no entanto, só deverá ser feita pelo IBS neste mês de julho. As estimativas de exportações de aço para 2005 são de 11,6 milhões de toneladas, um volume 2,9% menor que o exportado em 2004.

Com a redução nas exportações do ferro, principal produto exportado pelo setor, a crise chega até os produtores de carvão, que é um dos componentes importantes na qualidade do ferro.

Na cidade de Ribas do Rio Pardo, a 94 quilômetros de Campo Grande, a crise nas vendas está gerando prejuízos para os empresários do setor do carvão.

Uma fila de aproximadamente 170 caminhões mostra a difícil realidade enfrentada na região. Com a queda nas exportações, os empresários foram obrigados a reduzir a produção e isso significa redução de empregados.

Na empresa Carvomundi, do empresário Claudinei Nunes, a redução na produção chega a 80% e um grande número de demissões. Segundo Nunes, pelo menos mil trabalhadores já foram dispensados nas dez empresas do setor instaladas na cidade.

O empresário diz que em Minas Gerais, principal compradora de Mato Grosso do Sul, o valor pago ao metro do carvão caiu de R$ 130 para R$ 60. Os caminhões chegam a ficar na fila até 15 dias. O empresário amarga um prejuízo próximo dos R$ 400 mil por mês.

Nunes diz que a luz no fim do túnel para acabar com a crise, que já dura há mais de cinco meses, é o preço do dólar reagir e ficar na casa dos R$ 2,70. Ele acredita que isso deva acontecer a partir do mês de novembro.

Segundo o economista Paulo Ponzine, essa crise é o reflexo do efeito dominó. Com a queda nas exportações do ferro, por causa do preço do dólar, o carvão, que é um componente importante na composição do processo produtivo, acaba sofrendo com a queda na produção, pois diminui a procura.

Segundo Ponzine, o carvão não é um simples combustível para as siderúrgicas, mas o único produto que pode melhorar a qualidade do ferro, modificando suas características e garantindo qualidade do produto. Enquanto a solução não chega, os empresários reduzem a produção e vão se virando como podem.

Em Cassilândia, a situação no setor, não é diferente.

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