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Cartel derrubou arroba em 10%, diz Acrissul

Fernanda Mathias / Campo Grande News - 03 de fevereiro de 2005 - 14:08

A estratégia de utilização de tabela que impõe deságio de 3% a 30% por frigoríficos de todo o País já contribuiu para redução de 10% no valor da arroba bovina, hoje em R$ 54,00 quando no fim do ano passado estava a R$ 60,00, segundo a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul). Isso sem contar que a perspectiva para o período era de arroba a R$ 70,00, considerando que os custos de janeiro a dezembro de 2004 subiram em 12,82% em Mato Grosso do Sul, a terceira maior alta do País.
O presidente da entidade, Laucídio Coelho Neto, lembra que o embate entre frigoríficos e produtores é antigo, mas a situação se agravou a partir do segundo semestre de 2004. Enquanto quase todos os setores econômicos se beneficiavam do aquecimento de consumo no País, o produtor ficou à margem das comemorações. Não recebeu nada da valorização de 20%, em dólar, do valor pago pelo mercado externo pela carne brasileira. Isso mesmo com as exportações do produto aumentando em mais de 50%.
Pelo contrário, a arroba desde então só tem desvalorizado. “Estamos em pleno acordo com a atitude da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) em denunciar as indústrias por cartel ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)”, afirma Laucídio.
Além do mercado externo, ele ressalta que o próprio varejo apresentou aumentos importantes no preço da carne. Outro ponto de referência é que as indústrias da Argentina e Uruguai, países que tiveram uma certa paridade histórica de preços, estão pagando R$ 90,00 pela arroba ao produtor.
Ele reclama que o produtor está sendo penalizado por ser eficiente e aumentar sua produção. Em reunião com o setor produtivo, ontem, o ministro da Agricultura, Abastecimento e Pecuária, colocou o setor jurídico do governo à disposição dos criadores e se manifestou sensível com a questão.
Os frigoríficos que estariam usando a tabela de deságio desde o dia 25 de janeiro são o Bertin, Friboi, Independência, Minerva e Marfrig. Destes somente o Minerva não está em Mato Grosso do Sul e os outros são os mais representativos do Estado e que têm as maiores margens de lucro. “São justamente eles que poderiam premiar o produtor ao invés de penalizar”, diz Laucídio.

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