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Carne vermelha faz mal à saúde?

Nosso gerente médico da Cardiologia, dr. Marcelo Franken, fala sobre o tema e também sobre a "carne" de planta

Hospital Abert Einstein - 26 de outubro de 2020 - 11:00

Carne vermelha faz mal à saúde?

Ao longo da última década, diversos estudos relacionaram o consumo de carne vermelha em excesso ao aumento dos riscos de doenças do coração, como infarto e insuficiência cardíaca, e de câncer, principalmente de intestino. Porém, neste ano, revisões publicadas no periódico norte-americano Annals of Internal Medicine colocaram essas evidências em dúvida.

Usando métodos estatísticos modernos, cientistas reavaliaram diversas pesquisas e, com dados de mais de seis milhões de pessoas, concluíram que a ligação entre o consumo de carne e o desenvolvimento de câncer e de doenças do coração é fraca e que, por isso, são necessárias novas pesquisas sobre o assunto.

O gerente da Cardiologia Einstein, dr. Marcelo Franken, ressalta que esses novos resultados devem ser vistos com cautela, mas são válidos. “Estas evidências são úteis para repensarmos alguns conceitos e possivelmente demandar por evidências mais robustas, que possam, de forma definitiva, determinar o real efeito do consumo de carne na ocorrência de doenças cardiovasculares e câncer, bem como determinar se existe uma quantidade ideal para consumo.”

O cardiologista ressalta que o consumo de carne vermelha nunca foi “proibido” e recomenda moderação. “Devemos manter a ideia de que excessos não são bons”, diz. Além disso, é preciso ter cuidado com a forma de preparo do alimento: o ideal é evitar carnes com alto teor de gorduras e receitas que envolvam frituras e empanados.

​“Carne” de planta

Estão surgindo no mercado hambúrgueres vegetais com textura, cor e cheiro muito similares ao da carne vermelha. Esses produtos atendem uma demanda dos consumidores que querem parar ou diminuir o consumo de proteína animal por diversos motivos. Muitas pessoas deixam de comer carne vermelha pensando nas questões ambientais ou em questões filosóficas e também na saúde.

Considerando apenas a saúde, a substituição pode não ser vantajosa. Entre os hambúrgueres de planta vendidos no Brasil há alguns feitos com ingredientes como proteínas de arroz, feijão, ervilha, beterraba, soja, alho e cebola, manteiga de cacau e óleo de coco. O dr. Franken comparou as informações nutricionais de algumas marcas de hambúrguer de planta com algumas marcas de hambúrguer tradicional e constatou semelhança na quantidade de gordura e a presença de mais sódio nos produtos vegetarianos considerados.

“Mesmo que todos os produtos considerados fossem montados com pão, maionese, molhos, as opções acabam sendo equivalentes”, explica o cardiologista. Ele lembra que as “carnes de planta”, em muitos casos, são alimentos processados, com diversos ingredientes e conservantes, e algumas têm derivados de plantas geneticamente modificadas.

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