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Carne: Brasil não aceita mais o embargo do Chile

Elaine Patricia Cruz/ABr - 15 de julho de 2007 - 07:29

São Paulo - O diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, é de opinião que o Brasil deve começar a mudar sua postura com relação ao embargo chileno à carne, que completa dois anos em outubro.

“A Abiec acha que já chegou a hora e se esgotaram todas as tentativas de troca de argumentação técnica e diplomática. Temos que partir para o confronto e analisar muito especificamente o que diz o acordo sanitário com o Chile, para começar a tomar as mesmas medidas que eles tomam em relação ao Brasil”, disse Camardelli, em entrevista à Agência Brasil nesta semana.

Segundo ele, uma das atitudes que o governo brasileiro pode tomar é revisar os critérios sanitários estabelecidos com o Chile para a importação de salmão, de maçã e de uva. Camardelli citou o caso específico das uvas chilenas, que podem estar contaminadas por uma praga não existente no Brasil. “Esse produto entra no Brasil e, com as condições estabelecidas de controle, seguramente não estão sendo 100% analisadas e nós estamos na iminência de importar ou produzir uma praga que o Brasil não tem”.

De acordo com o diretor da Abiec, o Chile costumava importar até 60 mil toneladas de carne por ano, mas o embargo em 2005 ao Brasil, quando surgiram os primeiros focos de aftosa, diminuiu essa capacidade. “[Hoje] eles compram de concorrentes nossos que têm restrições sanitárias semelhantes ou até piores”, comentou.

Segundo dados divulgados pela Abiec, a receita das exportações de carne bovina tiveram um crescimento de 31% no primeiro semestre em comparação ao mesmo período do ano passado. A venda de carne rendeu US$ 2,2 bilhões entre os meses de janeiro e junho deste ano. Também houve crescimento de 26,69% com relação aos embarques, atingindo 1,3 milhão de toneladas.

Em junho, de acordo com a Abiec, a receita foi de US$ 349 milhões, representando um crescimento de 0,60% em relação ao mesmo período de 2006. O volume exportado, em junho, foi de 208 mil toneladas, com queda de 0,98% se comparado a junho do ano passado.

Segundo Camardelli, os “números são positivos”, principalmente se considerando as dificuldades encontradas pela queda do dólar e pelo “constrangimento sanitário, com banimento parcial”, vigente desde 2005.

De acordo com Camardelli, a previsão é de que o crescimento persista no segundo semestre. “A gente acha que deve crescer de 10 a 15% em volume e receita porque o mercado é muito diverso”, disse ele. “Se, por um lado, há dificuldades para remontar o efeito dominó provocado pelo constrangimento desde outubro de 2005, há países que, de uma hora para outra, até por questões políticas, necessitam de estoques estratégicos. E o Brasil é hoje o único país que pode responder com volume e tempo curto”.

A Rússia manteve a liderança no ranking dos principais países importadores de carne in natura no semestre, comprando 329 mil toneladas de carne brasileira – o equivalente a cerca de US$ 428 milhões. Os Estados Unidos são o país que mais consome a carne bovina industrializada brasileira: segundo o levantamento, as vendas para os Estados Unidos atingiram US$ 147 milhões no primeiro semestre deste ano.




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