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Cárie em crianças de menor nível social é grande

Agência Notisa - 21 de julho de 2004 - 10:52

Pesquisa mostra que cerca de metade das crianças das escolas municipais de Recife apresentaram cárie dentária e que apenas 13,6% haviam recebido algum tipo de tratamento.

O controle e a prevenção da cárie dentária é um desafio para todos os países do mundo, principalmente os menos desenvolvidos. Mesmo com a fluoretação das águas de abastecimento público e das pastas de dente, ainda existe uma parcela muito grande da população com altos índices de cárie, predominantemente dos grupos sociais menos favorecidos sócio-economicamente. Por isso, Sandra Feitosa e Viviane Colares, da Universidade Federal de Pernambuco, resolveram determinar a prevalência de cárie em crianças com quatro anos de idade, de ambos os sexos, pertencentes a escolas municipais da cidade do Recife, Pernambuco, no ano de 2002.

Segundo artigo publicado na edição de março/abril deste ano da revista Cadernos de Saúde Pública, participaram da pesquisa 861 crianças, sendo 52,10% do sexo masculino. As crianças pertenciam a famílias de baixo nível sócio-econômico, nas quais seus responsáveis recebiam, em média, um salário mínimo de renda mensal. Todas foram submetidas ao exame odontológico.

As pesquisadoras verificaram que cerca de metade das crianças apresentaram dentes cariados. A prevalência foi de 47%. Elas observaram também que do total de crianças examinadas, 27 (3,10%) apresentavam um ou mais dentes indicados para extração e que do total das 405 que apresentavam cárie, apenas 55 (13,60%) haviam recebido algum tipo de tratamento restaurador. Sandra e Viviane explicam que a “falta de tratamento desse grupo estudado pode ser devido ao fato de se tratarem de crianças em idade pré-escolar, possuindo exclusivamente dentes decíduos, em geral menos valorizados por pais e profissionais”.

A prevalência de cáries num grau severo correspondeu a 8,94% dos casos. Apesar de o percentual ter sido baixo, as pesquisadoras sugerem que, para esse grupo minoritário, seja oferecido atendimento odontológico sob sedação com menor número de consultas, de forma eficiente, nos centros públicos de saúde que são referência em odontopediatria.

Além disso, elas ressaltam que uma maior atenção deve ser dada à saúde bucal das crianças de mais baixa renda. Isso porque estimativas atuais revelam que 70% dos dentes cariados concentram-se em 30% das crianças. No estudo, Sandra e Viviane alertam também para a não fluoretação das águas de abastecimento da cidade de Recife, o que torna os dentes mais susceptíveis ao desenvolvimento da patologia.


Agência Notisa (jornalismo científico - scientific journalism)

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