Que ninguém pergunte a Hilton Santos Júnior, o Júnior Negão, 38 anos, se ele pensa em parar com o beach soccer (futebol de areia). Capitão da seleção brasileira, nove mundiais disputados, campeão em oito deles, o atleta afirma que esse pensamento está longe.

Júnior Negão se considera em plena forma para disputar o X Mundial de Beach Soccer, que acontece de 29 de fevereiro a 7 de março na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Será dele a responsabilidade de implementar dentro de campo tudo o que o técnico Índio (Jorge Ferreira Alves) pede fora dele.

Dono de carreira vitoriosa no beach soccer, Negão transmite hoje aos jogadores mais novos a mesma tranqüilidade e experiência que aprendeu durante todos esses anos. "Um dos segredos para estar sempre disposto é considerar cada competição como especial. Vai ser o décimo mundial que disputo e encaro como algo que se renova dentro de mim. Graças a Deus estou bem para poder viver isso", afirma.

Outro segredo para a longevidade em um esporte em que o desgaste físico é muito grande é a vida regrada. "Tenho uma família que me ajuda muito. É lógico que também gosto de curtir, mas não sou um cara da noite, nunca me envolvi com drogas e procuro me cuidar muito", diz o capitão da seleção brasileira.

Negão aponta como seleções favoritas ao título Portugal, Espanha, França e Uruguai, assim como o Brasil. Mas ele alerta seus companheiros para um fator: "Os times europeus não são mais fracos como antigamente. Acabou aquele negócio de vir jogar aqui no Brasil e tomar goleada de 10 ou 15. Eles evoluíram. Se quisermos manter a hegemonia, temos que nos superar. O Brasil sempre tem que se superar".

O Brasil estréia na competição diante da Alemanha, no dia 29, e depois enfrenta a Suíça. Para o capitão do Brasil, o maior adversário dos europeus será o calor carioca. "Para eles, o calor vai ser muito complicado. Temos de usar isso a nosso favor", afirma.