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Capital: povo nas ruas, políticos em casa

Manoel Afonso - 16 de março de 2015 - 10:36

Procurei nas fotos e não localizei um só político de expressão empunhando cartaz ou faixa na manifestação de Campo Grande neste domingo. A explicação estaria – primeiro - na péssima imagem da classe política aos olhos da sociedade – segundo – nos interesses de cada um deles.


O Governador Reinaldo apenas posicionou-se favorável ao ato e habilmente evitou se aprofundar nos motivos, mesmo sendo do partido derrotado na sucessão presidencial. Aliás, foi mais contido que Aécio Neves. Reinaldo quer manter as boas relações com o Planalto para viabilizar seus projetos administrativos.


Vejamos agora os senadores. Delcídio é do PT que vive sob intenso bombardeio. Moka é do PMDB – aquele partido que morde e assopra segundo as conveniências. Simone – idem - está chegando ao Senado e não quer criar atritos com o Planalto por conta de motivos previsíveis.


Quanto aos nossos deputados federais – excluindo os petistas - a postura não foi muito diferente. Marun e Geraldo Resende estão umbilicalmente vinculados ao Planalto e se detiveram nas declarações ‘politicamente corretas’. Dois equilibristas por excelência!


Dagoberto é do PDT – um partido que esqueceu as lições de Brizola para se afagar no colo do poder. Pior - não tem a imagem de líder condutor da indignação. Quanto a Mandetta, queimou o filme por conta do episódio ‘Gisa’; Tereza Cristina não tem o perfil de rua; Elizeu Dionísio apenas cobrou - em textos à imprensa – mudanças no Governo.


Essa omissão proposital foi extensiva aos integrantes da Assembleia Legislativa. Até pareceu coisa combinada. Se antes – nas sessões – nem tocaram nas questões pertinentes as manifestações, foram figuram ausentes ao ato público. Fica mais uma vez comprovado de que os interesses pessoais deles estão num patamar superior as questões nacionais que tanto afligem a população. Mas claro que nesta semana muitos deles irão a tribuna para pegar carona e marcar posição – tardiamente.


Mas essa omissão da classe política vem em boa hora. Permite ao leitor refletir melhor sobre a falta de comprometimento dos políticos com quem trabalha e paga impostos.


No fundo, no fundo mesmo, a ausência dos políticos nas manifestações se deu pela conscientização deles de que não seriam bem vindos ao mundo dos mortais comuns.


Eles próprios se consideraram por antecipação ‘estranhos no ninho’ e se livraram das vaias e da rejeição.

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