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Capital foi atingida por 1,6 mil raios sábado

Campo Grande News/ Luciana Brazil e Luciana dos Santos - 14 de maio de 2012 - 15:25

Na tempestade que atingiu Campo Grande, no último sábado (12), foram registrados 1,627 mil raios na cidade, que alcançaram praticamente todas as regiões. Desse total, o pico aconteceu no período de 4 às 8 horas da manhã, onde 1,3 mil descargas elétricas foram constatadas, conforme os dados do Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica) do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Em todo Estado, o número de raios chegou 22 mil.

O número é significativo, mas ainda assim é considerado comum para Campo Grande, que registra anualmente nove raios por Km². Segundo o grupo de meteorologistas do Elat, áreas de instabilidade- classificadas como pré-frontal- foram responsáveis pela quantidade de descargas atmosféricas registradas na manhã do dia 12. Ainda segundo o Elat, é comum que esses tipos de evento ocorram antes da chegada de uma frente fria. A instabilidade pré-frontal também atuou nos estados de São Paulo e Paraná.

Prejuízo: Um dos vários raios que atingiu a cidade trouxe prejuízo e medo para a família da empregada doméstica Sueli Moraes Gonçalves, 44 anos, moradora do Jardim Arco Iris. Na manhã de sábado, por volta das 5 horas, um raio atingiu a sala da casa de Sueli. A descarga elétrica destruiu a televisão, aparelho de som, sofá, DVD e outros móveis, além de provocar um incêndio na residência. A ajuda dos vizinhos evitou que a tragédia fosse maior.

Na manhã desta segunda-feira (14), ainda traumatizada e tentando organizar a vida, Sueli revela que deve toda a gratidão aos vizinhos que, incansavelmente, estão ajudando a família. “Eles me ajudaram muito no dia que caiu o raio e continuam ajudando. Já ganhei uma lata de tinta branca para pintar a casa. Já pintamos, mas como teve que passar argamassa, a gente tem que esperar secar. Aí, como choveu muito ontem, ainda não conseguimos acabar o serviço”.

Com mangueiras, os vizinhos apagaram o fogo no dia do incidente e ontem fizeram um mutirão para limpar a casa. Ainda assustada, mas com um sorriso no rosto, Sueli contou, feliz, que a geladeira não foi danificada. “Graças a Deus, a geladeira não queimou”.

A fiação e o encanamento já foram trocados por amigos e familiares. “Ontem, meu cunhado veio e ficou até tarde trocando os fios. A minha sogra deu um pouco de dinheiro e o meu cunhado deu todas as lâmpadas da casa. Senão fosse isso, a gente estaria no escuro”.

As paredes ficaram rachadas com a força da descarga, a janela está totalmente queimada e a família não sabe se terá condições para refazer esta parte da casa.

O madeiramento e as telhas também precisarão ser trocados, mas também para esse serviço Sueli não sabe se terá dinheiro. “Um amigo vai olhar, mas a gente tem que comprar o material e deve ser caro, a gente não vai ter dinheiro”, lamenta.

A doméstica revelou que toda ajuda é bem vinda e explicou que ainda irá aguardar a perícia da Enersul (Empresa Energética de Mato Grosso do Sul) para avaliar se há possibilidade de ressarcimento. “Eles disseram que se tiver acontecido um problema na rede poderão ressarcir, mas eles só mexem do muro para fora”, disse Sueli. “Se eles dessem pelo menos a televisão, que eu ainda não tinha acabado de pagar, já seria bom”, concluiu.

Carlos Rossi, esposo de Sueli, está há um ano e três meses sem poder trabalhar por causa de um acidente de moto, que feriu sua perna esquerda. “Os vizinhos me tiraram de dentro da casa no dia do incêndio, eles me salvaram”, contou o pintor.

Conforme Carlos, alguns vizinhos acreditam que o raio não tenha atingido diretamente a casa, mas sim a corrente elétrica. “Se o raio tivesse caído na casa tinha quebrado tudo e poderia ter sido pior. Eu acho que o raio caiu na rede, e como a minha é a última fiação da rede, o raio acabou vindo direto para minha casa. Isso não deveria acontecer”, disse.

A doméstica disse que precisou dormir na cozinha, já que no quarto o cheiro de queimado está muito forte. Na manhã de hoje a casa seguia o rumo da reconstrução. Amigos ainda visitavam a família. A simples previsão de chuva deixa Sueli apavorada, mas a família tenta refazer a vida. “Eu vou ficar um bom tempo com medo”.

Os que tiverem interesse em ajudar a família, basta entrar em contato pelos telefones 9181-3850 ou 9283-0935.

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