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Geral

Canuto admite acordo com o FMI para reduzir pressão

Daniel Lima/ABr - 29 de outubro de 2003 - 13:48

O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Otaviano Canuto, disse hoje, em Brasília, que um eventual acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) seria, simplesmente, com o objetivo de criar uma “descompressão” - segundo o dicionário "Aurélio" a palavra quer dizer reduzir a pressão - até o período pós-Fundo. “A possibilidade de assinar um novo acordo decorre apenas daquilo que foi sinalizado pelos mercados e por nós".

Segundo o secretário, é importante notar que o governo vem trabalhando gradualmente com o objetivo de manter um “colchão” (reservas internacionais) para o caso de uma turbulência no mercado financeiro no ano que vem. A principal preocupação seria, a rigor, sobre o desequilíbrio entre as principais economias dos países desenvolvidos.

Esses problemas, porém, estão sendo reduzidos a cada dia que passa, na ótica de Otaviano Canuto. “Os cenários da economia americana são sustentados e, de certa forma, o dólar tem se ajustado em relação as outras moedas, de forma gradual, o quê tende a fazer com que o desequilíbrio em conta corrente norte-americana deixe de ser tão preocupante como é hoje. Até no plano internacional, estamos cheios de boas notíciais”.

O secretário também descartou qualquer tipo de pressão por parte dos Estados Unidos por conta de um novo empréstimo com o FMI, já que existem divergências entre os dois países decorrentes da criação da Alca – Área de Livre Comércio das Américas. Canuto lembrou, no entanto, que, em alguns casos, os americanos têm o poder de veto, sim, já que são necessários 85% dos votos para a aprovação de um acordo e os EUA têm acima de 15% dos votos.

“Se a opinião do governo norte-americano for contra qualquer acordo do Fundo, com qualquer país, inevitavelmente é um fato. Mas, em nenhum momento, há entre as conversas do Brasil e o FMI associação entre isso (novo acordo) e qualquer outro tema (Alca)”, garantiu Canuto.

O secretário não quis confirmar quanto, em dinheiro, poderia ser liberado pelo Fundo num eventual acordo, se US$ 10 bilhões ou US$ 20 bilhões. “Vocês ouviram alguém do governo falando isso, hein ? Não ouviram, então pronto! Por enquanto é: se fala...”, disse o secretário. Ele fez questão de afirmar, contudo, que o país está tranqüilo quanto ao fluxo do balanço de pagamento e do ponto de vista fiscal no ano que vem. “Mas não isso que vai definir a necessidade ou o interesse de um novo acordo”, concluiu ele.


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