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Cantora vê profissionalização da música religiosa

Campo Grande News/ Paula Vitorino - 22 de setembro de 2012 - 11:19

Com mais de 30 anos de dedicação a música Católica, a cantora Adriana Arydes vê “tremenda evolução” no segmento, que ela considera ser uma missão responsável por evangelizar e “arrebanhar” muitos católicos.

“Canto desde os 7 anos e a gente vê de lá para cá uma tremenda evolução”, diz.

Adriana teve o primeiro contato com a música cantando nas missas e hoje faz show por todo Brasil e já participou de turnês em outros países. É considerada uma das principais vozes feminina da música Católica, com 8 CDs e 1 DVD.

O motivo do crescimento no setor, ela avalia, é o profissionalismo da música, que já não é mais vista com papel restrito e tradicional dentro das missas ou celebrações religiosas, feitas na maioria das vezes pelos ditos “cantores de fim de semana”.

“A música vem sendo bem feita, com mais profissionalismo, mas sem esquecer o porquê de estarmos aqui: é uma missão, mas que precisa ser bem feita, com bons profissionais, qualidade e produção”, frisa.

Ela lembra que o \"investimento\" no segmento, inicialmente, foi mais explorado na música cristã das igrejas Evangélicas e, com isso, explica também as comparações frequentes sobre os artistas cristãos. “Comentavam que a música Evangélica estava a frente justamente nesse sentido, profissional, e não na palavra de Deus, na unção. Faltava o profissionalismo para a música Católica”

Exemplo da atenção maior voltada para o segmento é o aumento desse tipo de show em Campo Grande, como também a própria trajetória de apresentações da Adriana na Capital.

Pela terceira vez na cidade, essa foi a primeira vez se apresentou fora dos palcos dos salões de igrejas. A cantora lotou o teatro Glauce Rocha, na noite de ontem, para apresentação de show oracional, organizado pela Paróquia São José.

Missão - Além do investimento na música, a cantora ressalta que o comprometimento dos próprios cantores também contribuiu para o crescimento.

“Os cantores estão mais comprometidos com a missão e a Igreja percebe isso, abrindo as portas”, frisa.

Mas para Adriana a carreira de um músico religioso precisa se diferenciar de um secular (nome dado as músicas que não são gospel), principalmente no que se refere a proximidade com o público.

“Existe um certo marketing do artista secular em criar uma mística de que ele é intocável, um distanciamento do público, enquanto nós fazemos quase um contramarketing porque o objetivo é justamente mostrar que não somos diferentes de ninguém e estamos ali buscando o mesmo Deus”, diz.

Em época de auge da música religiosa, com artistas vendendo milhares de produtos e sendo chamados de “astros do gospel”, a cantora diz que prefere não ser tratada como uma artista. “As pessoas não podem me enxergar como uma artista, uma pessoa de outro mundo”, diz.

Letras - Mais do que a voz ou o carisma do artista, as letras das músicas religiosas são muitas vezes as responsáveis por cativar seguidores.

Adriana também frisa que a responsabilidade é maior “porque eu canto aquilo que vivo, as músicas traduzem muitas experiências da minha vida”.

No último CD, “Coisas que vivi”, a cantora dedica o trabalho ao filho que perdeu no terceiro mês de gestação. As músicas são marcadas pelas experiências que Adriana viveu, sofreu e superou nos últimos anos.

Mas na missão de traduzir os momentos difíceis e de alegria em letras, ela conta com parceiros de peso, sendo um dos principais o Padre Fábio de Melo.

“Ele é uma pessoa que traduz muito bem as nossas dores e as transforma em poesias”, diz.

A principal música escrita pelo padre para a cantora é “Humano amor de Deus”, que segundo Adriana traduz um momento de “perda e escolhas que precisei fazer”, no ano de 2004.

“Quando o meu sonho vi desmoronar, me trouxeste outros pra recomeçar”, diz a letra.

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