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Geral

Câncer: como se prevenir

Sboc.org - 26 de junho de 2015 - 06:42

No Brasil, a estimativa para o ano de 2014, que será válida também para 2015, aponta para a ocorrência de aproximadamente 576 mil casos novos de câncer, incluindo os casos de pele não melanoma, demonstrando o tamanho do problema do câncer no país. O câncer de pele do tipo não melanoma (182 mil casos novos) será o mais incidente na população brasileira, seguido pelos tumores de próstata (69 mil), mama feminina (57 mil), cólon e reto (33 mil) e pulmão (27 mil), estômago (20 mil) e colo do útero (15 mil).

Há algumas medidas preventivas importantes que devem ser implementadas para reduzir a ocorrência do câncer, como as estratégias para o controle do tabagismo, relacionadas principalmente para se evitar o câncer de pulmão; a promoção da alimentação saudável, para a prevenção dos cânceres de estômago e intestino, entre outros; a vacinação preventiva para evitar infecção pelo Papilomavírus humano (HPV) e hepatite viral e assim se evitar respectivamente o câncer decolo do útero e de fígado. De um modo geral, a adoção de estilos de vida mais saudáveis, como uma alimentação adequada e a prática regular de atividade física, permite um melhor controle dos cânceres de mama, próstata e intestino.

Algumas mudanças nos nossos hábitos alimentares podem ajudar a reduzir os riscos de desenvolvermos câncer. A adoção de uma alimentação saudável contribui não só para a prevenção do câncer, mas também de doenças cardíacas, obesidade e outras enfermidades crônicas como diabetes. É importante salientar que a alimentação saudável somente funciona como fator protetor quando adotada constantemente, durante toda a vida.

COMO DIMINUIR O RISCO DE TER CÂNCER

1 - Não fume. As pessoas que fumam têm 10 vezes mais possibilidade de ter câncer de pulmão do que aquelas que nunca fumaram. O consumo de tabaco é a causa de morte que mais pode ser prevenida hoje em dia.
2 - Abandone costumes alimentares pouco saudáveis que causam obesidade. Escolha alimentos com fibras, grãos e com pouca gordura. Consuma frutas diariamente. Faça atividades físicas regularmente e mantenha um peso adequado.
3 - Evite a exposição excessiva ao sol. Use protetor solar (FPS 15-30) e roupas que diminuam sua exposição.
4 - Evite o consumo de álcool. Beber grandes quantidades de álcool pode provocar câncer de boca, esôfago e fígado. Consuma com moderação, principalmente se você também fumar.
5 - Evite a exposição ocupacional. Siga as normas de seu trabalho para evitar exposição às radiações, agentes químicos e pesticidas.

MEDIDAS PREVENTIVAS PARA OS PRINCIPAIS TIPOS DE CÂNCER

CAVIDADE ORAL
O câncer de boca acomete mais os homens acima dos 40 anos. Os fatores de risco mais conhecidos para este tipo de câncer são:

– tabaco: de acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 90% dos pacientes diagnosticados com câncer de boca eram tabagistas. O cigarro representa o maior risco para o desenvolvimento dessa doença, e o risco varia de acordo com o consumo. Ou seja, quanto mais frequente for o ato de fumar, maiores serão as chances de desenvolver câncer de boca.

– etilismo: o consumo regular de bebidas alcoólicas aumenta o risco de desenvolver câncer de boca. A associação entre cigarro e bebidas alcoólicas aumenta muito o risco para câncer de boca.

– vírus HPV: pesquisas comprovam que o vírus HPV está relacionado a alguns casos de câncer de boca.

– radiação solar: a exposição ao sol sem proteção representa alto risco para o câncer de lábios.

Além desses fatores, observa-se que pacientes com câncer na cavidade oral tem uma higiene bucal deficiente e uma dieta pobre em proteínas, vitaminas e minerais e rica em gorduras. A dieta também parece exercer um papel importante na prevenção desse tipo de câncer. Alguns estudos de base hospitalar mostram que o aumento da ingestão de frutas e vegetais contribui para a diminuição do risco de desenvolver essa neoplasia.

A consulta periódica com o dentista também é muito importante, pois ele pode ser a primeira pessoa a identificar tanto lesões potencialmente malignas quanto o câncer em estágios iniciais, possibilitando um tratamento menos agressivo e o aumento da sobrevida.

ESTÔMAGO
Para prevenir o câncer de estômago é fundamental seguir dieta balanceada, composta de vegetais crus, frutas cítricas e alimentos ricos em fibras, desde a infância. Ácido ascórbico (vitamina C) e betacaroteno (precursor da vitamina A), encontrados em frutas e verduras frescas, agem como protetores contra o câncer de estômago, porque evitam a ação dos nitritos (conservantes encontrados em alimentos industrializados). Além disso, é importante o combate ao tabagismo e a diminuição da ingestão de bebidas alcoólicas.

Alimentação pobre em carnes e peixes e nas vitaminas A e C, ou ainda alto consumo de alimentos defumados, enlatados, com corantes ou conservados em sal são fatores de risco para esse tipo de câncer. Em algumas regiões brasileiras, onde os alimentos não são mantidos em geladeira e a sua conservação é ruim, o número de casos de câncer de estômago aumenta significativamente. Ingestão de água proveniente de poços com alta concentração de nitrato também está relacionada à maior incidência de tumores gástricos.

Infecções pela bactéria H. pylori podem ter associação com esse tipo de tumor. Como a H. pylori está presente nos alimentos e na água potável, há estimativas que ela esteja presente no estômago de cerca de 70% da população no Brasil. Mas somente são afetados os indivíduos predispostos geneticamente a hospedar essa bactéria. O tratamento por meio de antimicrobianos contra a bactéria é efetivo em 95% dos casos. A H. pylori predomina nas regiões onde o nível socioeconômico é mais baixo.

PRÓSTATA
Já está comprovado que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não transmissíveis. Nesse sentido, outros hábitos saudáveis também são recomendados, como fazer, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar.

A idade é um fator de risco importante para o câncer de próstata, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos.

Pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos pode aumentar o risco de se ter a doença de 3 a 10 vezes, comparado à população em geral, podendo refletir tanto fatores genéticos (hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias.

MAMA
É extremamente importante entender a terminologia médica sobre os conceitos de prevenção primária e prevenção secundária.

A prevenção primária consiste em várias medidas para evitar o desenvolvimento de uma doença, ou seja, se relaciona às estratégias para evitar que o câncer de mama apareça (manter o peso adequado, praticar atividade física, ter uma alimentação saudável e evitar a reposição hormonal).

Já a prevenção secundária consiste na realização de exames que possam detectar uma doença em sua fase inicial. Neste quesito é que a mamografia se enquadra. Ou seja, fazer mamografia anualmente não previne o aparecimento de câncer de mama, mas permite que ele seja detectado precocemente, aumentando em muito as chances de cura da paciente.

No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde e do INCA, como estratégia para a detecção precoce do câncer de mama em mulheres com risco padrão, é que se realize mamografia de rastreamento bienal para mulheres entre 50 a 69 anos e o exame clínico das mamas (realizado por profissional de saúde) anualmente a partir dos 40 anos. Para as mulheres de grupos populacionais considerados de alto risco para câncer de mama, recomenda-se o exame clínico das mamas (realizado por profissional de saúde) e a mamografia, anualmente, a partir de 35 anos. O histórico familiar é muito importante para o câncer de mama, sendo os principais fatores: parentes de primeiro grau com câncer de mama antes dos 50 anos ou câncer de mama bilateral em qualquer idade, homens com câncer de mama na família, parentes com câncer de ovário, pacientes ou familiares sabidamente com mutação dos genes BRCA1 ou BRCA2, radiação torácica prévia, diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atípia ou neoplasia lobular in situ, dentre outros.

No entanto a Sociedade Brasileira de Mastologia e a Sociedade Brasileira de Radiologia, bem como a American Cancer Society e a Society of Surgical Oncology recomendam, para as pacientes de risco habitual, a realização da mamografia anualmente se iniciando aos 40 anos de idade, associada ao exame clínico das mamas (realizado por profissional de saúde). Já para as paciente de alto risco (veja acima os critérios) o rastreamento deverá ser iniciado entre 25-30 anos de idade (levando-se em conta a idade de aparecimento do caso de câncer na idade mais jovem na família, bem como a presença de determinado tipo de mutação genética ou sintoma da paciente).

Nos últimos três anos, o INCA e o Ministério da Saúde vêm ampliando a estratégia de “estar alerta” à população feminina e aos profissionais de saúde. Essa estratégia de comunicação sugere que todas as mulheres conheçam os principais fatores de risco para o câncer de mama, a idade de maior risco de ocorrência da doença e seus mais frequentes sinais e sintomas. Também recomenda que as mulheres, ao identificarem tais sinais e sintomas, procurem imediatamente um serviço de saúde para esclarecimento e diagnóstico.

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