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Campo Grande que cresce

Correio do Estado - 26 de agosto de 2018 - 10:30

“Em 1922, a cidade tinha 8.200 almas, 950 casas, 58 automóveis e 325 veículos diversos”, foi assim que o prefeito Arlindo de Andrade Gomes resumiu o cenário da recém-nascida Campo Grande. O ano era 1922, doze meses após a implantação do Comando Militar do Oeste (1921) e pouco tempo depois de Campo Grande ser elevada a cidade (1918). Parecem números irrisórios se comparados aos de hoje.

Designada como capital de Mato Grosso do Sul há quatro décadas, Campo Grande tem 874.210 habitantes, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mais de 1 milhão de automóveis e ainda 190 mil imóveis (construídos ou não), segundo dados do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), distribuídos em perímetro urbano de cerca de 350 quilômetros quadrados.

Em pouco mais de um século de história, Campo Grande, ainda jovem para um município, passou de uma única via, a Rua 26 de Agosto, para um total de 74 bairros, distribuídos em sete regiões: Centro, Anhanduizinho, Bandeira, Imbirussu, Lagoa, Prosa e Segredo. Na edição especial em comemoração dos 119 anos de Campo Grande, o Correio do Estado pretende apresentar as potencialidades de cada uma dessas regiões e também suas características.

O COMEÇO

Realidade nem sonhada no fim do século 18. Foi neste período, mais precisamente em 4 de março de 1872, que José Antônio Pereira, acompanhado de seus dois filhos e quatro amigos, deixou Monte Alegre, Minas Gerais, rumo às belas terras de Mato Grosso. A excursão foi programada depois dos relatos do cunhado, ex-combatente no sul de Mato Grosso. Pouco mais de três meses e superadas as diversas dificuldades enfrentadas, a comitiva, enfim, chega à região descrita anteriormente por Visconde de Taunay como “Campo Grande”. “Uma légua a mais depois do entroncamento e entramos no Campo Grande. Essa extensa campina constituiu vastíssimo chapadão de mais de 50 léguas de extensão, em que raras árvores rompem a monotonia da planura sem fim”, como citou Otávio Gonçalves Gomes, em Mato Grosso do Sul, na obra de Visconde de Taunay. O cunhado de José Antônio Pereira estivera em marcha com Taunay na guerra da Tríplice Aliança em 1867.

Era 21 de julho de 1872 quando a comitiva de Pereira montou seu acampamento na confluência de dois córregos, Prosa e Segredo. Não demorou para que o grupo encontrasse a riqueza da vegetação, a boa qualidade da terra e a abundância de água. Na altura onde hoje está o Horto Florestal – e o Marco Zero de Campo Grande –, Pereira ergue seu primeiro rancho, o Arraial dos Pereira, planta uma roça e decide retornar a Minas Gerais para buscar o restante da família. Enquanto faz o caminho de volta, firma parceria com João Nepomuceno, que residia em um rancho a caminho para Camapuã, para que cuidasse de suas terras. Foram três anos até o retorno. Nesse tempo, Nepomuceno precisou fugir por ter assassinado um fazendeiro que lhe fornecia carne. A responsabilidade de cuidar da propriedade, então, passa a ser do mineiro Manoel Vieira de Souza (Manoel Olivério). Em 15 de agosto de 1875, José Antônio Pereira, finalmente, retorna ao seu rancho em uma comitiva composta de 62 pessoas, carros de boi e criações.

Nessa região, começam a surgir as primeiras casas e aquilo que pode ser a primeira rua, a Rua Velha, atual 26 de Agosto. Inicia-se, então, o povoado que daria origem a Campo Grande. Estimava-se em torno de 900 habitantes, distribuídos em poucas e simples casas. A primeira igreja é construída em 1878, em homenagem a Santo Antônio, padroeiro da Capital. Em 1889, Campo Grande passa a ser uma vila. A emancipação política e administrativa ocorreu em 26 de agosto de 1899, quando nasceu o município de Campo Grande. O fundador da cidade morre poucos meses depois, em 11 de janeiro de 1900, na Fazenda Bom Jardim.

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