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Campo Grande News 10 anos: marco do jornalismo online

Aline dos Santos, Campo Grande News - 21 de março de 2009 - 18:17

Ao completar dez anos, agora em março, o Campo Grande News passou de uma experiência pioneira no ainda desconhecido mundo virtual para ponto de referência no dia a dia de milhares de leitores. Uma década depois, o portal jornalístico conquistou a preferência como fonte de informação: são 3,5 milhões de page views diários.

A história do Campo Grande News começa em março de 1999. “O empresário Miro Ceolim era dono do provedor ZAZ e me propôs a criação de um site de notícias”, recorda o editor-geral do Campo Grande News, Lucimar Couto.

Ele lembra que a proposta inovadora foi encarada com ressalva, diante da dificuldade do leitor ter acesso à notícia. “Na época, achei que era um desafio muito grande. Não acreditava no sucesso. O total de pessoas que lêem o jornal impresso já era muito pequeno, imagina se o instrumento principal fosse o computador”.

Contudo, o projeto vingou diante da boa recepção do público: sem nenhuma publicidade, o primeiro mês contabilizou 20 mil acessos. O número, estimulou os criadores do site a apostarem num portal de notícias.

A redação funcionava em uma pequena sala e era composta por Lucimar Couto e a estagiária Tarsila da Cunha Campos. “No começo, não era uma inserção regular. As notícias entravam de acordo com a disponibilidade de tempo. Às vezes ficava 2h, 3h sem notícias”, rememora.

A primeira notícia foi sobre a estréia do deputado federal Waldemir Moka (PMDB) na Câmara dos Deputados. Atualmente, a média é de 200 notícias por dia, que abordam política, economia, esporte, cultura e agricultura.

Com o Campo Grande News, nascia o jornalismo digital em Mato Grosso do Sul. “O ciberjornalismo estruturado e organizado tem como marco o Campo Grande News”, afirma Gerson Luiz Martins, atual coordenador do curso de jornalismo da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e coordenador de um grupo de estudo sobre ciberjornalismo.

Segundo Martins, o webjornalismo registrou forte ascensão nos últimos cinco anos. “O computador virou eletrodoméstico e a internet banda larga se disseminou”.

Repórter News - Um dos responsáveis pelo projeto gráfico do Campo Grande News, o webmaster Adriano Hany conta que diante da falta de referências sobre layout para o jornalismo online, a aposta foi na simplicidade.

“A listagem das notícias foi a forma mais fácil de dispor as matérias para o leitor”. Em dez anos, após seis reformulações no projeto gráfico, o jornal on-line incorporou ao texto imagens, áudio e vídeo.

O volume de acessos refletiu também em sugestões do número crescente de leitores, que pediram e ganharam espaço para interação. Como o Repórter News – que disponibiliza fotos e vídeos de flagrantes testemunhados pelos leitores – e o espaço para comentar as notícias.

“Não se conta a história do jornalismo em Mato Grosso do Sul sem citar com referência o Campo Grande News”, define Lucimar Couto. Para o futuro, ele enfatiza que os leitores podem esperar por mais informações, conteúdo e serviços.

Notícia de ontem – Nos últimos dez anos, a nova forma de se fazer jornalismo atraiu tanto recém-formados quanto profissionais experientes. Para o leitor, a mistura resultou em informações em tempo real, com conteúdo mais enxuto, e também em reportagens aprofundadas. “O diferencial do site é a redação. O jornalismo é feito por bons profissionais”, enfatiza Lucimar Couto.

A jornalista Inara Silva, que trocou o impresso pelo jornalismo on-line do Campo Grande News em 1999, relata que o maior desafio foi passar das “notícias de ontem” para texto publicado pouco depois da ocorrência do fato.

“A grande diferença é que você produz o texto e imediatamente está disponível. No jornal impresso, você trabalha um dia para publicar amanhã. A notícia era de ontem”, observa. No seu caso, o jornalismo digital passou de atuação profissional a tema de estudo para mestrado.

Velocidade - Para a jornalista Maristela Brunetto, o Campo Grande News ganhou credibilidade ao veicular denúncia sobre ações do poder público. “Tive a condição especial de fazer um material mais trabalhoso e mais barulhento”, salienta Maristela, que foi repórter e chefe de redação no Campo Grande News.

Matérias da jornalista trouxeram à tona casos como a tentativa do governo do Estado de alterar via decreto a legislação que proíbe a instalação de usinas na BAP (Bacia do Alto Paraguai). Em quase cinco anos de atuação no jornalismo on-line, Maristela, que já havia trabalhado em televisão e jornal impresso, lembra os desafios de aprender fazendo.

“O jornalista não pode se deixar seduzir pela pressa. A notícia só pode ir para o ar quando se tem segurança”. Para ela, um dos pontos altos do webjornalismo é a possibilidade de interação com o leitor.

Do jornalismo em tempo real, a lembrança mais forte é a sobre a procura por um garoto que morreu após ser levado pela enxurrada. “As pessoas foram, frenéticas, ajudar a procurar o corpo. É assustador ver a velocidade da informação”.

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