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Caminhada será realizada para chamar atenção sobre a esteatose hepática

Portal Segs - 12 de julho de 2015 - 15:00

No dia 02 de agosto, São Paulo receberá a 1ª Caminhada de Conscientização da Prevenção da Esteatose Hepática não Gordurosa (Gordura no Fígado). Médicos Hepatologistas (especialistas em doenças do fígado e responsáveis pelo tratamento da Esteatose Hepática e suas consequências), juntamente com nutricionistas e promotores de atividade física, orientarão à população de forma gratuita. O evento é organizado pela Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), que está preparando uma carreta, que ficará estacionada no Parque Villa-Lobos, das 10 às 14h, com o objetivo de atender 10 mil pessoas. Os interessados poderão assistir a vídeos explicativos (sobre o que é essa alteração, como diagnosticar a esteatose, causas mais frequentes, consequências desse diagnóstico e formas de prevenção e tratamento) e serão examinados e orientados por médicos e nutricionistas, que darão mais informações a respeito do problema. Aparelhos que permitem o diagnóstico da doença serão demonstrados. Na ocasião, a professora de ginástica, Solange Frazão, interagirá com o público, caminhando pelo Parque e fará uma palestra sobre “Saúde do Fígado e Exercício”. Folhetos explicativos sobre o problema serão distribuídos na entrada do parque e durante essa caminhada.

No Brasil, um em cada três indivíduos adultos apresentam esteatose e esse número ainda é maior em obesos e diabéticos

Segundo o presidente da SBH, Edison Roberto Parise, "A esteatose acomete 30% dos adultos, segundo pesquisa recente na cidade de São Paulo, e é uma alteração silenciosa que não causa sintomas”. O distúrbio se caracteriza pelo acúmulo de gordura no interior das células do fígado. A esteatose pode ser causada por vários fatores como hepatites, abuso de álcool e uso de medicamentos, mas a causa mais importante é uma doença pouco conhecida, a doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Nela, a maioria das pessoas apresenta apenas o acúmulo de gordura, mas 20% a 30% delas podem evoluir para doença mais grave do fígado (chamada de esteatoepatite não alcoólica) incluindo cirrose e câncer de fígado. A maioria dos casos são descobertos através de exames de rotina, como ultrassom ou exame de sangue, e pode aparecer elevação das enzimas do fígado. Outro exame que costuma estar relacionado é a elevação dos níveis de ferritina no sangue.

A doença tem causa genética e é agravada pelo estilo de vida sedentário e a má alimentação, com a grande ingestão de carboidratos e gorduras saturadas (gordura animal). Obesidade e diabetes, que são as doenças que mais atingem pessoas no mundo, são os principais fatores associados ao problema. Nessas populações a esteatose pode ultrapassar 70% dos indivíduos. Segundo o Dr. Edison Parise, “A esteatose acomete mais frequentemente indivíduos na faixa dos 40 a 50 anos, mas vem crescendo entre os adolescentes em função do estilo de vida sedentário que eles levam.” Além disso, o presidente alerta para o crescimento do uso de anabolizantes nas academias, que também acaba afetando uma população muito jovem e levando à esteatose.

A obesidade visceral, pré-diabetes, diabetes, baixa do bom colesterol, alta do triglicérides, pressão alta, aumento da circunferência da cintura e síndrome metabólica, podem denunciar o problema.

Tratamento: Dieta saudável e exercícios físicos regulares

Os primeiros passos para o tratamento são a mudança para um estilo de vida saudável, alimentação equilibrada e atividade física frequente. Com essas ações, haverá redução do risco cardiovascular e a redução do risco de progressão para diabetes. Seguindo essas recomendações, o paciente pode reverter a esteatose e sua qualidade de vida melhora, já que muitos sofrem de apneia do sono, que provoca o fechamento da coluna aérea e reduz a oxigenação sanguínea, fazendo com que a pessoa desperte. Quanto mais o indivíduo aderir ao novo comportamento, melhor resultado ele terá na diminuição da gordura depositada no fígado. Algumas pessoas, em fase avançada da esteatose, precisarão de auxílio, como o uso de medicamentos chamados de sensibilizadores de insulina, que fazem baixar o nível de insulina e medicamentos citoprotetores e antioxidantes para proteger o fígado.

Casos Cirúrgicos

Existem duas probabilidades cirúrgicas, uma delas é para os obesos mórbidos, esses podem precisar de cirurgia bariátrica, que proporciona uma boa resposta e melhora o processo de recuperação. "Quando falamos da população adulta com obesidade mórbida, 80% a 90% dela tem Esteatose,” declara o Dr. Parise. Já os casos mais avançados podem precisar de transplante.

A Doença Hepática Gordurosa (DHGNA) vem crescendo em todo mundo junto com o crescimento da obesidade e do diabetes

Nos EUA, o número de casos de obesidade, diabetes e DHGNA vêm aumentando muito e a doença gordurosa já é a primeira causa de cirrose e a terceira causa de transplante de fígado nesse país. No Brasil, dados da Central de Transplantes da Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo, mostram que entre 2010 e 2014, quase 3% das indicações de transplante de fígado foram motivadas por cirrose causada por doença hepática gordurosa não alcoólica. Em 2015, esse número subiu para 5% na lista de espera para transplantes.

Novos tratamentos estão sendo desenvolvidos no combate da doença. Preocupado, o médico declara "A Esteatose é um problema sério de saúde pública, apesar disso, ainda não são destinados recursos financeiros necessários para sua divulgação e cuidados.” O presidente da SBH ressalta a importância de se investir na prevenção do diabetes e das doenças cardiovasculares, a partir da descoberta da Esteatose.

Sobre a Sociedade Brasileira de Hepatologia

A Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) tem âmbito nacional e centraliza todas as suas atividades na cidade de São Paulo. Seu Presidente é o doutor Edison Roberto Parise. Fundada em 15 de março de 1967, à SBH é uma associação civil de caráter científico e sem fins lucrativos. Os membros da sociedade e a comunidade médica podem acessar o novo portal www.sbhepatologia.org.br. Para a população e pacientes existe um portal específico em desenvolvimento, o www.tudosobrefigado.com.br.

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