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Caixa questiona greve de servidores no TST
Brasília - A greve dos funcionários da Caixa Econômica Federal (CEF) terá sua legalidade discutida na Justiça. Hoje (8), a Caixa entrou com ação de dissídio coletivo, no Tribunal Superior do Trabalho (TST), contra a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (Contec). Uma audiência de conciliação foi marcada para a tarde de amanhã (9).
O dissídio é um instrumento legal que busca uma conciliação judicial para questões que não foram resolvidas durante as negociações entre a empresa e os funcionários. Nesta noite, representantes da Caixa e dos grevistas estão discutindo novas propostas para encerrar a greve.
De acordo com o TST, a Caixa argumenta que os grevistas não respeitaram as etapas legais que devem anteceder o movimento, como a comunicação prévia, a realização de assembléias e a manutenção de serviços essenciais. A Caixa alega que a greve prejudica as pessoas atendidas com programas do governo, como o Bolsa Família e o seguro-desemprego.
Para o secretário de imprensa do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo, não foram cometidos abusos e a greve foi deflagrada em conformidade com a legislação. O percentual de 30% de trabalhadores em serviço não é necessário, pois a Caixa não realiza serviços essenciais, disse.
Em nota divulgada à imprensa, a Caixa informou ter avisado aos funcionários que recorreria ao TST, buscando, por meio da Justiça, uma solução que conduza ao entendimento e preserve os direitos das partes envolvidas. E argumentou ter apresentado "a melhor proposta dentro das suas condições de sustentabilidade econômico-financeira.
No entanto, para os grevistas, a atitude da instituição só "dará mais força" à paralisação. Com uma greve mais forte poderemos mostrar para a Justiça que a manifestação não é por acaso, disse Araújo. Ele informou ainda que a audiência de amanhã será uma oportunidade para os trabalhadores provarem a intransigência da Caixa: "Tivemos quatro rodadas de negociação e a empresa não apresentou propostas que atendessem às nossas reivindicações.
Em greve desde quarta-feira (3), a categoria pede um reajuste salarial de 10,3% ou 5,5% de aumento real nos salários, participação nos lucros e resultados (PLR) no valor de dois salários mínimos e uma parcela fixa de R$ 3,5 mil. A Caixa ofereceu adiantamento de 70% da PLR e informou que mantém a proposta negociada com entidades representativas aprovada pelos funcionários dos demais bancos.