Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Sábado, 20 de Abril de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

Cai oferta de emprego no campo

Famsul Notícias - 16 de setembro de 2005 - 15:57

A crise que afeta a agropecuária brasileira já causou prejuízos também para o mercado de trabalho do setor rural, comprova análise da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizada sobre os mais recentes dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Entre janeiro a julho de 2005, o setor registrou o pior desempenho na oferta de empregos desde 2002, considerando dados relativos aos sete primeiros meses de cada ano.



Foram ofertados 219,94 mil empregos formais na agropecuária, o que representa uma queda de 19% na comparação com o período de janeiro a julho do ano passado, quando 271,58 mil empregos foram oferecidos pelo setor. Em 2003, foram 232,5 mil empregos e; em 2002, 231,6 mil.



A crise foi tão forte que a agropecuária perdeu espaço na participação na oferta geral de empregos no País. De janeiro a julho deste ano, dos 1,08 milhão de empregos gerados no Brasil, a agricultura respondeu por 20%, ante os 22% registrados no mesmo período do ano passado. Em 2003, o percentual foi de 38%.



"Os números evidenciam a evolução da crise no setor. Negar o quadro e deixar de programar medidas saneadoras e corretivas pode ser mais cômodo, porém mais desastroso para a agricultura brasileira e o agronegócio", ressalta Luciano Marcos de Carvalho, assessor técnico do Departamento Econômico da CNA.



Estados da região Sudeste, como São Paulo e Minas Gerais, foram responsáveis pela geração de 190 mil dos 219,94 mil empregos rurais, em função da colheita das culturas de café e cana-de-açúcar. A contribuição do estado do Paraná foi de 10,6 mil postos de trabalho. Já o Rio Grande do Sul, em virtude da queda na produção agrícola, fechou 3, 6 mil vagas. No Centro-Oeste, a geração de empregos superou pouco mais de 17 mil vagas e, a Bahia, isoladamente, empregou 10,6 mil pessoas.



A agricultura comercial brasileira, tradicionalmente, nos primeiros sete meses do ano responde por parcela significativa na geração de postos de trabalho no país, em virtude das colheitas de várias culturas, o que demanda maior contratação de mão-de-obra. O setor agrícola funciona, nesta época, conforme lembra Carvalho, como uma espécie de amortecedor social em relação aos demais segmentos econômicos, desvinculados do agronegócio, quando as demissões igualam-se às admissões.



Essa sinergia pode ser percebida, principalmente, em relação às indústrias de produtos alimentares, calçados, borracha, fumo e couros, papel e papelão e, ainda, no mercado atacadista vinculado à comercialização de produtos agrícolas.



A geração de novos empregos, para 2006, depende, na avaliação do assessor técnico da CNA, do ânimo do produtor em relação ao plantio da nova safra, a ser iniciada neste mês e que prossegue até o final de novembro. "É possível alterar o cenário com medidas que incrementem o setor, como a adoção de novas fontes de recursos para custeio, a adequação à capacidade de pagamento de dívidas e ampliação do crédito", disse.

Autor:
Fazendeiro

SIGA-NOS NO Google News