Se o equilíbrio tem sido uma das marcas do Campeonato Brasileiro de Stock Car V8, na próxima etapa, domingo (19), em Brasília, a tendência é de um grid de largada mais apertado ainda. Esta é a opinião de Cacá Bueno, vencedor da prova disputada no Rio e vice-líder da mais tradicional categoria do automobilismo brasileiro. Com 104 pontos contra 128 do primeiro colocado David Muffato, Cacá entende que, pelo fato de a décima etapa da temporada ser no anel externo da pista da capital federal, cresce muito o número de pilotos com chances de vitória.

"Em São Paulo e no Rio, a gente tem mais ou menos uma idéia de quem pode vencer. Já em Brasília as coisas mudam, pois é um circuito que aceita surpresas. Ali, pode ganhar um piloto cujo carro não vem bem na temporada. Com isso, as chances dos considerados favoritos se reduzem", disse Cacá.

Até sua primeira vitória no ano, Cacá reclamou que seu nome não era citado entre os favoritos para chegar ao título. Depois do Rio, quando ultrapassou Ingo Hoffmann, que tem 99 pontos, Cacá subiu bastante na cotação.

"Eu estava ali rondando o quarto, quinto lugar e, apesar de a diferença não ser muito grande para os primeiros, eu não era citado. Na Stock, uma vitória vale 25 pontos, me recuperei bem nas três últimas etapas e a diferença caiu bastante. Ainda está difícil, mas agora estou praticamente a uma vitória do David".

Com 75 pontos em disputa nas três corridas restantes para o final do ano - Brasília, Curitiba e Interlagos - vários pilotos ainda têm chances matemáticas de conquistar o título. Até Pedro Gomes, que está na 11ª colocação está na briga, pois dependendo de combinação de resultados poderia chegar a 132 pontos e se sagrar campeão, já que Muffato tem 128.

"Claro que vou ter de buscar o David, que é o líder, mas entendo que o Ingo tem tantas chances quanto eu, pois está somente cinco pontos atrás de mim. Também tem o Guto Negrão (85 pontos) e o Raul Boesel (71), com maiores possibilidades para o Guto, que tem um excelente carro na mão. Agora em Brasília quero chegar na frente do David, mesmo que seja ultrapassado pelo Ingo na classificação", explicou Cacá.

Apesar de não ter marcado pontos nas duas últimas provas (Campo Grande e Rio de Janeiro), Ingo se diz empolgado por ter voltado a ser competitivo. "No Rio, voltamos a usar o chassi velho e retomei a briga pelas primeiras colocações. Usamos o chassi novo a partir da quarta etapa deste ano e não foi tão bem quanto esperávamos. Isso é desgastante, pois num momento como esse se questiona tudo: se o pneu é redondo, se é preto o suficiente se eu estava guiando direito e continuava competitivo. Estou contente por, justamente na reta final, ter voltado à briga", disse Ingo.