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Britânicos desenvolvem técnica inovadora que pode curar cegueira da idade

Portal APCD - 15 de novembro de 2015 - 14:00

Médicos britânicos estão desenvolvendo uma técnica inovadora que pode levar à cura para a forma mais comum de cegueira. Especialistas têm saudado o tratamento como “um grande passo” no combate à degeneração macular relacionada à idade (DMRI). A cirurgia implanta uma espécie de curativo com células tronco embrionárias. O primeiro procedimento, feito com uma voluntária, foi um sucesso, dizem os médicos.

A cirurgia consiste no implante de células oculares derivadas de células-tronco embrionárias na parte de trás da retina de uma pessoa que ficou cega devido à DMRI. O "curativo, desenvolvido exclusivamente para o paciente, “entrega” as novas células, que substituem as células doentes.

As células-tronco são as células mestras do corpo, a fonte de todas as outras células. Os cientistas que apoiam o uso de células-tronco embrionárias dizem que essa técnica pode transformar a medicina, gerando tratamentos para a cegueira, diabetes juvenil ou ferimentos graves.

Essa perda de visão causada pelo desgaste com a idade é muito comum. Só no Reino Unido são 600 mil pessoas com o problema. No Brasil, a enfermidade afeta cerca de 2,9 milhões de cidadãos, segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia. O objetivo dos responsáveis pelo novo procedimento é torná-lo rotineiro em sistemas de saúde pelo mundo, assim como o tratamento para a catarata.

A primeira de dez cirurgias planejadas para efeito de estudo aconteceu no mês de setembro, no Moorfields Eye Hospital, com uma voluntária de 60 anos. Segundo um comunicado da instituição divulgado, "não houve complicações até o momento". A equipe vai acompanhar o pós-operatório e espera determinar um resultado em termos de recuperação visual até dezembro. Todos os voluntários têm a DRMI na forma molhada, que é o tipo mais severo da doença.

Esses testes são parte do Projeto de Londres para Curar a Cegueira — uma parceria entre o Moorfields Eye Hospital, o Instituto de Oftalmologia da University College London (UCL), e o Instituto Nacional de Pesquisa de Saúde da Grã-Bretanha. A gigante farmacêutica americana Pfizer juntou-se à pesquisa em 2009.

As células utilizadas no tratamento pertencem ao epitélio pigmentar da retina (EPR), camada celular que mantém os fotorreceptores na mácula. A mácula é justamente a região do olho que nos permite enxergar com mais clareza e definição. Quando há degeneração macular, as células do epitélio morrem e a pessoa sofre perda da visão central. Ela começa a ver imagens distorcidas ou sobrepostas por um borrão.

Entenda: A DMRI é responsável por quase 50% de todos os casos de cegueira ou perda de visão no mundo. Geralmente afeta pessoas com mais de 50 anos e aparece em duas formas: seca (mais leve) ou molhada (mais severa). A DMRI molhada, que é menos comum do que a seca, é geralmente causada por vasos sanguíneos anormais que vazam fluidos ou sangue para uma região no centro da retina.

Chris Mason, professor de medicina regenerativa na UCL, disse que o estudo é um importante passo em direção à cura de uma das principais causas de cegueira e também uma maneira de aprofundar a compreensão do uso de células-tronco embrionárias em tratamentos. “Se o tratamento contra a DMRI for bem-sucedido, ao utilizar células-tronco embrionárias como recurso primordial, a terapia pode ser fabricada em larga escala”, comentou Mason.

Fonte: O Globo

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