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Briga sobre roupa certa em escola vira caso de Polícia

Campo Grande News/ Aline Queiroz e Denis Matos - 22 de abril de 2010 - 15:10

Qual a roupa adequada para o ambiente escolar? A pergunta parece simples, mas como o critério para escolha é subjetivo, gera polêmica e na Escola Estadual Flavina Maria da Silva, no Jardim Botafogo, em Campo Grande, virou caso de Polícia.

Diante de uma sala com aproximadamente 30 alunos, um estudante condenou a auxiliar de coordenação pelo que considerou postura inadequada, por considerava “vulgar” a blusa da servidora. Ela se sentiu ofendida e registrou boletim de ocorrência por injúria. A polêmica ganhou força maior depois de advertência a uma aluna por conta de roupa curta.

Usando calça justa, casaco e sapato "fashion", o acusado de injúria concedeu entrevista ao Campo Grande News . O estudante Daniel Júnior Correia Marques, 20 anos, afirma que a coordenadora, que terá o nome preservado, foi à sala em fevereiro deste ano para dar um recado com uma roupa imprópria. “Dava para ver tudo”, ressalta.

Ele garante que a blusa era muito decotada e deixava à mostra a barriga e as costas da funcionária da escola. Segundo o estudante, em outra ocasião, a auxiliar foi à escola com uma saia muito curta.

Daniel questiona a postura da funcionária. “Se ela cobra dos alunos, por que não posso cobrar dela”, diz. O jovem já prestou depoimento acerca do caso, que foi registrado na Deam (Delegacia Especilizada de Atendimento à Mulher) dia 26 de fevereiro.

À Polícia Civil, ele disse que não teve intenção de denegrir a imagem da auxiliar de coordenação. Daniel assinou TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) e o caso foi encaminhado ao JEC (Juizado Especial Criminal) porque é crime de menor potencial ofensivo.

A delegada titular da Deam, Lúcia Falcão, explica que injúria é quando o autor atribui a alguém palavra que ofenda sua honra, dignidade ou decoro. “É o sentimento que a pessoa tem da dignidade dela”, ressalta Lúcia em relação à vítima.

No boletim de ocorrência, a auxiliar de coordenação afirma que Daniel chegou a dizer que: “pessoa que usa roupa vulgar é vulgar também”. Ele rebate a acusação e destaca que um amigo fez o comentário.

Desentendimento - Diretor da escola há cinco anos, Everaldo Moteiro Silva, afirma que o desentendimento entre o estudante e a servidora vem do ano passado. O aluno diz que tambémse sente prejudicado por uma professora e que é perseguido pelo estilo de roupas e de vida que leva.

Para evitar brigas, o diretor determinou que a professora não daria aula para a turma de Daniel. A auxiliar de coordenação também teve de ser remanejada e, desde então, não entra em contato com a sala de Daniel.

Segundo o diretor, no dia em que a servidora entrou na sala para dar o recado, Daniel aproveitou para “cutucá-la”.

Sobre a blusa - Sobre a blusa polêmica, o diretor não entra em detalhes. Questionado se a roupa era ou não inadequada, Everaldo garante que orienta os professores a dar exemplo.

O shortinho - Uma aluna de 16 anos, que é amiga de Daniel, conta que dias depois da discussão entre o estudante e a auxiliar de coordenação, teve de voltar para casa e trocar o short que usava.

Ela admite que a roupa era curta, no entanto, alega que só foi repreendida porque é amiga de Daniel. “Eu já vi meninas com shorts menores que os meus”, finaliza e aumenta a polêmica.

O nome da coordenadora foi preservado porque ela está de licença médica, afastada da escola, e não teve a chance de contar sua versão sobre a polêmica.

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