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Briga judicial ameaça campanha salarial de bancários

Campo Grande News/Fabiano Arruda - 04 de agosto de 2011 - 15:14

Prestes a iniciar campanha por reajuste salarial, o Sindicato dos Bancários de Campo Grande está sem diretoria. Após a vitória da chapa, encabeçada por Iaci de Azamor Torres, em março deste ano, o ex-presidente da entidade, José Aparecido Clementino Pereira, recorreu à Justiça do Trabalho e impediu a posse da nova diretoria.

Sem ter a diretoria empossada, o sindicato, que tem mais de 50 anos de história, apontado como uma das principais forças do movimento sindical em Mato Grosso do Sul, teme perder força política na campanha de reivindicação por reajuste salarial prevista para começar no mês que vem.

Segundo minuta aprovada em encontro realizado em Dourados, a categoria quer 5% de aumento real, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) equivalente a três salários mais R$ 4,5 mil fixos, piso da categoria igual ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.293,31), combate às metas abusivas e ao assédio moral.

Nesta quinta, a entidade discute o tema em assembleia na Capital. A proposta nacional será apresentada à Febraban (Federação Brasileira de Bancos) no dia 12.

Conforme decisão judicial, enquanto o imbróglio da diretoria não se resolve por definitivo, quem comanda o sindicato atualmente é a comissão eleitoral, conforme previsto no estatuto. Benício Pereira Faustino, José dos Santos Coqueiro e Rubylam Lima formam o tripé.

Benício e Coqueiro integram a chapa vitoriosa na última eleição como diretor de Relações Sindicais e Secretário de Administração e Patrimônio, respectivamente. Segundo eles, a acusação do ex-presidente da entidade na ação é infundada.

“Ele alegou que houve fraude no processo de votação e que alguns bancários não estariam aptos a votar. Já apresentamos as provas documentais rebatendo as acusações. Estamos otimistas”, afirma Benício, admitindo que, sem sindicato, a classe perde representatividade.

Ele considera que, nos últimos anos, o sindicato de Campo Grande perdeu força porque ficou fora de discussões nacionais, em contraponto com o sindicato de Dourados que se fortaleceu. No entanto, ressalta que a unidade de Campo Grande é a única do Estado que tem participação na mesa de discussões no comando nacional.

Administrativamente, os integrantes da comissão não enxergam prejuízos para o sindicato por conta do imbróglio. “O prejuízo maior é político, pois a categoria perde força. É por isto que é preciso que os bancários se mobilizem em torno da nossa causa”, garante Coqueiro.


Crítica - Outro integrante eleito da nova diretoria, Marcelo Assis, faz críticas à comissão eleitoral. Ele defende o recurso do mandado de segurança para que a nova diretoria seja empossada até que haja decisão final sobre o caso. Para Marcelo, o mecanismo foi desprezado pela comissão.

“Uma categoria histórica como a dos bancários não deve ir para uma campanha salarial com intervenção judicial e se há a possibilidade do mandado de segurança, era o que deveria ter sido feito”, disse, definindo como “comodismo” a atuação da comissão eleitoral.

“Nunca houve intervenção na história do sindicato. A categoria não pode ficar sem representante perto de ser assinado um acordo coletivo que vale por um ano”, complementou Marcelo, que é aliado da presidente eleita. A posse da nova diretoria estava prevista para o dia 24 de maio.

O caso - No decorrer do processo, o ex-presidente do sindicato, José Aparecido Clementino Pereira, foi advertido judicialmente acusado de buscar “com os embargos de declaração inserir questões destinadas a tumultuar o processo e protelar a decisão final”.

Segundo consta no processo, Pereira “confundiu a disputa política e os seus interesses pessoais com a de representante da categoria”.

A partir disto, a Justiça modificou em parte a liminar inicial do processo e a comissão eleitoral foi convocada a assumir a diretoria. Antes, a liminar determinava que o ex-presidente permanecesse no comando da entidade até que o caso fosse encerrado.

O Campo Grande News procurou José Clementino para comentar o assunto. Ele disse que não irá se manifestar sobre o caso e que aguarda a decisão da Justiça.

O sindicato dos Bancários de Campo Grande tem 2,6 mil filiados na base e representa 27 cidades da região. Além da Capital e de Dourados, existem sindicatos dos bancários em Naviraí, Corumbá, Três Lagoas e Ponta Porã.

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