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Brasil tem maior número de mulheres entre os professores

Marina Domingos / ABr - 15 de julho de 2004 - 08:50

As mulheres brasileiras são maioria à frente das salas-de-aula. O levantamento realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que, de cada 100 professores em atividade, 83 são mulheres. Dentre os 34 países pesquisados, o Brasil é o campeão do ranking com 83,10%. Israel ficou em segundo com 77,20%. O menor índice foi verificado na Índia, com 39,4%. “Por muito tempo a profissão de professor era uma profissão atribuída às mulheres, um pouco como extensão de cuidar dos filhos, de cuidar da casa”, avalia a Secretária Especial de Políticas Públicas para Mulheres, Nilcéia Freire.

Para Nilcéia, o fato das mulheres dominarem as salas-de-aula não deve ser encarado como um fator positivo. Pelo contrário, demonstra que a diferença entre homens e mulheres persiste. Ela alerta que a profissão de educadora sempre esteve estigmatizada como sendo apenas para mulheres, muito em função do machismo dos homens. “A profissão de professora sempre era aquela profissão que, mesmo com as famílias não admitindo que as mulheres trabalhassem, ser professor era permitido”, explica a ministra.

Ela acredita que, recentemente, a busca pela profissão tem sido maior por parte das mulheres, porque os homens têm procurado outras formas de emprego, com salários mais atraentes. Segundo a ministra, a desvalorização da carreira de professor, com baixos salários e muita responsabilidade, afasta a competitividade do mercado. “Não podemos dizer que é uma má notícia, mas não podemos esquecer os determinantes sociais que levam a isso”, destaca.

Nilcéia entende que as professoras deveriam ganhar de acordo com o nível de escolaridade dos alunos para os quais lecionam. Assim, as professoras das séries iniciais, que hoje somam 92,6% nas primeiras séries do ensino fundamental, deveriam ganhar mais. “São aquelas professoras da alfabetização da pré-escola, que começam a formar o gosto do aluno pelo estudo e a personalidade dos cidadãos”, argumenta ela.

Os dados da pesquisa da OCDE são fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira do Ministério da Educação (Inep/MEC), que pretende levar os indicadores sobre as mulheres e a educação à 1ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. O encontro começa nesta quinta-feira, dia 15, em Brasília.

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