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Brasil quer eliminar uso do gás CFC, até 2009

Ana Luiza Zenker /ABr - 26 de agosto de 2007 - 07:13

Brasília - O Brasil já não importa mais CFCs, os gases que destroem a camada de ozônio utilizados até pouco tempo em aparelhos como geladeiras e condicionadores de ar. Além disso, esses gases devem ser completamente eliminados até 2009, segundo informações da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade de Vida do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

“Hoje, a gente usa o CFC só para fins médicos, aquelas bombinhas de asmático, os inaladores, e mesmo assim até 2009, no máximo até 2010, isso também vai ser abandonado”, afirmou, em entrevista à Agência Brasil, o diretor do Departamento de Mudanças Climáticas, Ruy de Góes.

Ele explica que o Brasil adiantou em três anos o prazo estipulado pelo protocolo, negociando com a indústria um calendário para a produção somente de aparelhos sem CFC. “O que a gente usa hoje de CFC no Brasil é só para manutenção dos equipamentos velhos, e mesmo assim o que se usa é o CFC reciclado”, diz.

“A gente calculou qual foi o efeito desse cronograma que o Brasil adotou, mais rígido do que aquele previsto pelo protocolo, e com isso a gente conseguiu economizar a emissão de [gás CFC equivalente a] cerca 360 milhões de toneladas de CO2”. Segundo o diretor, os gases CFCs, além de prejudicar a camada de ozônio, tem um poder de aquecimento global quase 11 mil vezes maior do que o gás carbônico. Dessa forma, não utilizar os CFCs também contribui para diminuir o efeito estufa, que causa o aquecimento do planeta.

Além dos CFCs, outras substâncias químicas também são controladas pelo Protocolo de Montreal e seu uso deve ser eliminado. Uma dessas substâncias é o gás brometo de metila, utilizado como agrotóxico. “Temos o prazo até 2015 para eliminar o brometo de metila e, na agricultura, a partir de 1º de janeiro deste ano já não se usa mais esse gás”, afirma Ruy de Góes.

“O próximo passo é um outro gás também controlado pelo Protocolo de Montreal, ou uma família de gases, que são os HCFCs”, diz o diretor. Ele explica que, segundo o protocolo, o prazo para acabar com o uso desses gases, que ainda são utilizados em aparelhos como geladeiras e condicionadores de ar, seria até 2040. “O Brasil e a Argentina estão propondo que se congele a produção do gás nos níveis de 2010 e que progressivamente ele vá sendo abandonado, até que em 2030 ele praticamente sumiria do mercado”, afirma.

Ele explica que essa é uma das propostas que serão discutidas no próximo encontro das partes que assinaram o protocolo. A reunião vai acontecer em setembro, na cidade de Montreal, no Canadá, em comemoração aos 20 anos de criação do protocolo.


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