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Brasil pode ter candidata ao Nobel da Paz de 2005

Luciana Valle/ABr - 05 de maio de 2004 - 14:47

O Brasil poderá ter uma mulher concorrendo ao Prêmio Nobel da Paz, em 2005. A idéia faz parte da campanha promovida pela Fundação de Mulheres Suíças pela Paz que vai selecionar 1000 mulheres em todo o mundo para uma premiação inédita. Ao todo, serão 31 brasileiras selecionadas. O prazo de inscrições vai até o dia 30 de maio.

Qualquer pessoa pode indicar um nome de destaque. Não importa a cor, raça, idade ou religião da candidata. O número de indicações é ilimitado. A candidata brasileira ao Nobel da Paz deve ser atuante, e não precisa ser famosa. Basta que seu trabalho, ao longo dos anos, tenha significativa importância para a sua comunidade e represente uma luta pela melhoria das condições de vida de um grupo ou sociedade. O conceito de paz, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) passa pela definição de tudo o que se faz em defesa da segurança humana e da vida. Podem ser indicadas desde líderes rurais e empresárias, até artistas ou profissionais de qualquer segmento, sem distinção de atividade ou ocupação.

Clara Charf, integrante do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, coordena a seleção das 31 brasileiras que concorrem ao Nobel da Paz, e acredita que o prêmio retrata a diversidade das mulheres em luta pela igualdade, justiça e liberdade. “A situação da mulher no mundo mudou muito, mas ainda há machismo, desigualdades e injustiças e, por isso, as mulheres não páram de lutar”, defende.

Segundo Clara Charf, a idéia surgiu para valorizar e tornar pública a ação das mulheres do mundo inteiro contra a guerra, o desarmamento, a violência, a pobreza, e a favor da vida, da cultura, da arte. “O prêmio retrata a diversidade das mulheres em todos os setores da atividade humana onde elas interferem e cuja luta ninguém conhece, a não ser o grupo de pessoas que é atingido pelo seu trabalho”, conclui.

Desde que foi criado, em 1901, o Nobel da Paz premiou apenas 11 mulheres. As 1000 candidatas indicadas para 2005 serão julgadas por uma comissão internacional, que vai sortear apenas três delas para receber o prêmio. O valor não foi divulgado, mas o dinheiro não será dividido pelas vencedoras. Ele será usado na criação de uma fundação de luta pela paz.

Clara Charf é ativista política desde 1945 e foi vítima da repressão dos anos da ditadura militar, que culminou com o golpe de 64, quando teve seus direitos políticos cassados por 10 anos. Ela garante que, mesmo não sendo premiadas, as candidatas terão sua vida documentada em vídeo e livro, tornando pública a história de luta dessas mulheres.

As inscrições serão feitas através de uma ficha, que deve conter um histórico da candidata. Com ela, será enviada também a ficha de quem a indicou, para que os organizadores possam fazer consultas e complementar dados necessários. Mais informações sobre a inscrição ao Prêmio 1000 Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz 2005 podem ser obtidas pelo www.1000peacewomen.org . As fichas são cedidas pelo telefone (0XX11) 3337. 3109. As inscrições são gratuitas e terminam dia 30 de maio.

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