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Brasil faz a primeira venda de álcool para Ásia Central

Mapa Imprensa - 04 de setembro de 2004 - 09:26

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, anunciou ontem (03/09), durante a feira Expointer, em Esteio (RS), a assinatura de um contrato de fornecimento de 300 mil litros de etanol para a Tailândia. É o primeiro negócio fechado com a Ásia Oriental. “Isso mostra o efetivo interesse dos países asiáticos na compra de biocombustíveis para atender às exigências do Protocolo de Kioto”, afirmou.

A venda é resultado direto de uma apresentação feita pelo ministro Rodrigues na última semana, em Bangkok, sobre a experiência e a tecnologia desenvolvida pelo Brasil na área de biocombustíveis durante a Conferência sobre Etanol e Biodiesel no Asean + 3. O evento reuniu ministros de Energia dos dez países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), além da China, Japão e Coréia.

Preocupado com os compromisso de redução da emissão de poluentes na atmosfera, o governo tailandês permitiu recentemente a adição de 5% de etanol na gasolina, informa Rodrigues. “Este contrato é ainda tímido, uma primeira experiência. Mas abre um enorme potencial para o Brasil nessa área”, diz. Segundo ele, o Brasil pode ganhar em três frentes: vender a tecnologia desenvolvida aqui para a produção de etanol; vender diretamente o etanol produzido pelas usinas brasileiras; e vender mais açúcar para esses países, já que eles passarão a fabricar internamente parte do etanol para abastecer seu consumo. “A Tailândia, por exemplo, é um importante produtor de cana-de-açúcar, mas não tem mais para onde crescer”, lembra.

Em junho, durante visita oficial do primeiro-ministro da Tailândia, Thaksin Shinawatra, ao Brasil, foram iniciadas as discussões sobre a cooperação bilateral na área de etanol e do motor bi-combustível. Segundo Rodrigues, os treze países do Asean + 3 são os mercados mais promissores para o mercado de etanol, biodiesel e motores de combustíveis flexíveis. Além da Tailândia, integram a Asean a Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Brunei, Vietnã, Mianmar, Laos e Camboja.

Biodiesel - Durante o encontro na Tailândia, o ministro apresentou o painel “Lições a Aprender do Brasil - A experiência brasileira sobre o desenvolvimento do etanol, da plantação aos postos de combustíveis”. Na palestra, Rodrigues apresentou a proposta do Brasil para a criação de um programa oficial de apoio à produção e uso do etanol e de biodiesel, tornando ambos produtos as principais commodities energéticas do futuro.

O governo federal pretende autorizar a entrada do biodiesel no mercado nacional de combustíveis até o final deste ano. O produto poderá ser adicionado ao óleo diesel mineral na proporção de 2%, sem comprometer a garantia dos motores dos veículos. O Brasil dispõe de um grande número de matérias-primas para a produção de biodiesel, como soja, girassol, mamona e dendê. A expectativa do governo é que a entrada do novo combustível no mercado nacional permita a redução da importação do diesel, que hoje é de 9%, além de apoiar o desenvolvimento econômico no meio rural, por meio da geração de empregos na agricultura familiar. Também deve incrementar o desenvolvimento da indústria nacional de pesquisa e equipamentos.

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