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Brasil é o maior exportador de carnes

Famasul Noticias - 15 de dezembro de 2004 - 13:46

Baixos custos alavancam exportações, que devem continuar crescendo nos próximos anos. O Brasil se consolidou como maior exportador mundial de carnes em 2004. Os frigoríficos e abatedouros de frangos, bois e suínos vão exportar 4,2 milhões de toneladas neste ano, volume 23% maior que o apurado no em 2003. O resultado brasileiro é muito superior ao da União Européia (UE), segunda colocada no ranking. Em 2004, a Europa deverá embarcar 2,4 milhões de toneladas de carnes. Até o final deste ano, as indústrias brasileiras terão comercializado com o exterior US$ 5,8 bilhões, o que representa um acréscimo de 42% em relação ao resultado do ano passado.

A liderança brasileira vem sendo conquistada nos últimos anos. Em 2004, o Brasil deve se tornar maior exportador de frangos em volume e em receita, superando os EUA pela primeira vez na história. Nas carnes bovinas, o País já ultrapassou a Austrália em volumes embarcados. No ranking das carnes suínas, o Brasil ocupa o quarto lugar.

O bom desempenho do setor em 2004 deve-se, principalmente, às exportações de frango. No ano, as divisas vão ficar em US$ 2,5 bilhões, montante 40% maior que o apurado em 2003. Em volume, o crescimento deve ser de 22%, para 2,4 milhões de toneladas. Com esse crescimento, em maio deste ano o Brasil superou os Estados Unidos em receita e em volume de vendas. No ano passado, o País já havia conquistado a liderança em faturamento. "Parte desse desempenho deve-se ao fato de os Estados Unidos terem enfrentado problemas sanitários em 2004", diz o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Exportadores de Frangos (Abef), Cláudio Martins. Entre os problemas sanitários, o maior deles foi o surgimento de um foco de influenza aviária nos EUA.

Christophe Malik Akli, diretor-geral da Doux Frangosul, acredita que o sucesso brasileiro é decorrente do foco das indústrias no mercado exterior. "O Brasil achou um nicho específico, buscou um diferencial", afirma Akli. Assim como seus concorrentes, a Doux Frangosul exportou grandes volumes em 2004, o correspondente a cerca de 80% da produção.

"O desempenho extraordinário de 2004 é resultado do crescimento da economia mundial e também dos problemas sanitários de nossos concorrentes", diz Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado. Opinião semelhante tem o coordenador-geral de Apoio à Comercialização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eliezer Lopes, que acrescenta como fatores determinantes a qualidade e sanidade da carne brasileira, a competitividade e o marketing agressivo. Com o caso de "vaca louca" na América do Norte, o Brasil ampliou as vendas de carne bovina para a Rússia, Chile, Holanda, Egito, Itália, Alemanha, Irã, Hong Cong e Argélia.

Preços internacionais

"Os preços médios na exportação subiram e aumentamos os destinos, chegando a 130 países", diz André Skirmunt, diretor-comercial do frigorifico Independência Alimentos. No ano, a empresa aumentou de 70% para 80% a participação das vendas externas na produção. Skirmunt acrescenta que, com as exportações, o preço do boi gordo se manteve firme em 2004. De janeiro a novembro, as vendas externas de carne bovina "in natura" somaram US$ 1,8 bilhão, ou 849 mil toneladas. O resultado representou aumento de 74,3% em receita e de 50% em volume.

De janeiro a novembro, as vendas de suínos "in natura" alcançaram US$ 665 milhões, o equivalente a 429 mil toneladas. A redução de 1% no volume é fruto do embargo russo imposto às carnes brasileira em setembro, em razão do caso de aftosa no Amazonas. Apesar disso, para o diretor-presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Suínos (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, o bom desempenho do Brasil é resultado dos avanços sanitários recentes. "Há 10 anos, por exemplo, o País não exportava carne bovina", diz.



Autor:
Gazeta Mercantil

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