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Brasil é o líder no cinema digital, diz jornal dos EUA
O Brasil está na vanguarda do cinema digital. E, com planos de ter cem cinemas totalmente digitais até maio. Logo será o líder mundial no setor. É o que noticia na edição dessa quarta-feira o jornal norte-americano Christian Science Monitor, em meio a comentários sobre os avanços brasileiros no cinema digital.
Segundo o jornal, o marco histórico nesse avanço foi em outubro último quando o filme brasileiro Os Normais foi apresentado em cinemas de São Paulo, com software digital desenvolvido por uma empresa brasileira, a Rain Networks.
Foi um evento importante. Ficou comprovado que nossa indústria pode fazer tudo num formato digital sem comprometer qualidade, explicou Fabio Lima, chefe de operações da Rain Networks. O público gostou e a indústria ficou confortável porque o sistema oferece segurança (é a prova de pirataria). O nosso sistema também resolve o problema de transporte.
Num país do tamanho do Brasil, o transporte de rolos e rolos de filme, para não falar no custo de copiá-los, é grande. Rain Networks oferece um sistema de distribuição barata.
O jornal comenta que , apesar de serem conhecidos por seu amor para coisas frívolas como praia, dança e futebol, os brasileiros também têm um grande, quase desconhecido, amor pela tecnologia. A porcentagem de brasileiros que usam a internet é uma das mais altas do mundo em desenvolvimento. Por exemplo, 95% das declarações anuais de imposto de renda são entregues eletronicamente, o sistema bancário do país é um dos mais avançados no mundo por causa da informática e as eleições são totalmente informatizadas.
Como funciona o cinema digital brasileiro
Usando software da Windows Media 9, a Rain Networks inventou o MPEG-4 software para compressão de vídeo que é mais barato e rápido do que qualquer outro sistema disponível. Com o MPEG-4 é possível salvar em disquete um filme num espaço 15 vezes menor do que com o MPEG-2, que vem a ser a tecnologia usada hoje. O resultado é a possibilidade de mandar um filme de 90 minutos dos seus computadores em São Paulo para um cinema, em qualquer lugar, em 20 minutos.
Os benefícios são enormes. O custo de fazer 500 cópias de um filme como Matrix ou O Senhor dos Anéis, pode chegar a US$750.000, além do custo do transporte do filme convencional. Isso talvez ajude a explicar, segundo o jornal, porque, até agora, os brasileiros, que adoram cinema, têm um dos mais baixos números de cinemas por pessoa no mundo - um para 105.000. Nos Estados Unidos essa relação é de um para 9 mil. No México, um para 35 mil.
É um tendência irreversível. A tecnologia é confiável e melhor. Se o futuro é o formato da Rain Networks, não sei. Mas certamente será baseado nele, diz Valmir Fernandes, presidente da rede Cinemark Brasil com 272 salas de cinema em todo o país. É a nova realidade tecnológica, disse. (AB)