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Brasil é líder de campanhas contra o cigarro

Agência Brasil - 31 de maio de 2005 - 13:41

Líder mundial das campanhas contra o cigarro, o Brasil não consegue evitar que cada vez mais adolescentes comecem a fumar. Os mais pobres também são atraídos pelo cigarro, que é barato e pode ser comprado em qualquer banca de camelô. A menor X, de 15 anos, moradora em um bairro de classe média do Rio de Janeiro, diz que começou a fumar aos 12 anos e que sabe dos riscos para sua saúde, mas mesmo assim continua a fumar junto com as colegas da escola.

"Comecei a fumar em festas com as amigas. A gente faz vaquinha e compra um maço e cada uma fuma dois cigarros. Nossa preferência é o cigarro com sabor, mas quando a gente quer fumar mesmo vai qualquer um", disse a adolescente.

Em todo o país são mais de 35 milhões de fumantes e, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer a cada ano 200 mil brasileiros morrem por causa de doenças provocadas pelo fumo. A chefe da Divisão de Controle de Tabagismo do Inca, Tânia Cavalcante, lembra que nos últimos anos houve uma redução significativa do número de fumantes no país, mas alerta que o cigarro brasileiro ainda é muito barato (é o sexto mais barato do mundo), o que facilita o acesso e a iniciação de crianças e adolescentes.

"O governo aumentou a tributação sobre o cigarro, mas é preciso aumentar o preço do produto para impedir que os jovens tenham acesso. Outra ação importante é intensificar o controle do mercado ilegal do cigarro, através de uma ação integrada com os países do Mercosul, que é onde acontece o maior fluxo da venda ilegal de cigarros", acrescentou Tânia Cavalcante.

Segundo a médica, o aumento de impostos e preços do cigarro e também o combate ao contrabando fazem parte da Convenção-Quadro de Combate ao Tabaco da Organização Mundial de Saúde (OMS), o primeiro tratado internacional de saúde pública, que entrou em vigor em fevereiro deste ano.

Já são 62 países signatários, mas o Brasil, apesar de liderar as campanhas contra o fumo, ainda não assinou o documento. O texto já foi aprovado na Câmara dos Deputados, mas está parado no Senado em função dos argumentos dos produtores de fumo, de que a iniciativa vai trazer prejuízo econômico, além de desemprego em massa.

"O Brasil é o segundo maior produtor de fumo (o primeiro é a China), mas sabemos que 85% da produção nacional são exportados. Portanto, ratificar a Convenção-Quadro não vai trazer impacto abrupto à economia, além de que teremos garantido o acesso a mecanismos financeiros e técnicos para apoiar alternativas economicamente viáveis à produção de fumo. Estamos correndo contra o tempo. Temos que ratificar a Convenção até outubro para participar da primeira reunião dos países signatários, marcada para fevereiro de 2006, e que vai definir as regras de funcionamento do Tratado", destacou Tânia Cavalcante.

Este ano, o tema escolhido para o Dia Mundial Sem Tabaco, comemorado hoje, 31 de maio, é "Profissionais de Saúde no Controle do Tabaco". No Rio, o Instituto Nacional do Câncer montou um cemitério simbólico com 50 cruzes na praia de Copacabana. Os cinemas vão exibir antes dos filmes, informativos de 30 segundos alertando sobre os males que o cigarro pode causar e nas universidades haverá encenação teatral também alertando sobre as doenças causadas pelo fumo.

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