O Dia Mundial da Alimentação, comemorado no dia 16 de outubro, foi criado em 1981 para sensibilizar o público mundial sobre a dimensão da fome no mundo. A data, celebrada em mais de 150 países, marca a criação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), em 1945. A cada ano um tema é ressaltado para ser o foco das atividades. Em 2004, a campanha é sobre “A biodiversidade a serviço da Segurança Alimentar”. O Brasil realizará uma série de eventos em comemoração ao dia.


A Biodiversidade a serviço da Segurança Alimentar


Conservar e utilizar a biodiversidade de forma sustentável é fundamental para a alimentação de cerca de 800 milhões de pessoas desnutridas nos países em desenvolvimento. De acordo com a FAO, uma dúzia de espécies animais possibilita 90 por cento das proteínas animais consumidas mundialmente e somente quatro espécies de cultivo fornecem a metade das calorias de origem vegetal presentes na alimentação humana.


A biodiversidade inclui uma infinidade de plantas que nutrem e curam as pessoas, muitas variedades de cultivos e espécies aquáticas com características nutricionais específicas, espécies de animais de criação adaptadas a um meio ambiente adverso, insetos e microorganismos que regeneram os solos destinados à agricultura.


A redução da diversidade genética significa limitar as possibilidades de uma dieta rica e variada. Ameaça a produção alimentar, o aumento das rendas, a superação dos obstáculos ambientais e a ordenação dos ecossistemas. A FAO estima que, ao longo do século passado, se perdeu cerca de três quartos da diversidade genética dos cultivos agrícolas. De 6300 raças animais, 1350 estão sob risco de extinção ou quase extintas. As causas apontadas são a urbanização, desflorestamento, contaminação e a transformação dos terrenos úmidos.


Os esforços mundiais para conservar a vegetação e os animais em bancos genéticos são de importância vital. O Tratado Internacional sobre os Recursos Fito-genéticos para a Agricultura e Alimentação, em vigor desde o dia 29 de junho de 2004, atribui o papel chave na conservação e no uso sustentável dos recursos fito-genéticos e na batalha pela agricultura sustentável na segurança alimentar.