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Brasil busca criar mercado mundial do etanol

08 de março de 2007 - 16:05

Bruno Jacintho, um brasileiro da faixa dos 50 anos que trabalha com criação de gado, decidiu partir para a produção de etanol, biocombustível produzido com base no álcool de cana-de-açúcar. Em meio aos quatro mil hectares de sua fazenda, em Colômbia (SP), a usina Continental brilha ao sol. A produção deve começar em 2 de abril, com o início da colheita. Pouco a pouco, as culturas da fazenda de Jacintho estão mudando.

Os 10 mil animais de seu rebanho estão sendo criados em pastos localizados a 200 quilômetros de distância, no Estado de Goiás, enquanto o milho, a soja e o feijão cederam lugar às verdes folhas ondulantes da cana-de-açúcar. "Ao fazer esta escolha, me forcei a me manter atualizado quanto às inovações que essa cultura implica", diz o empresário, um homem de maneiras cavalheirescas que devora publicações especializadas e comparece a seminários.

Ele estuda métodos de colheita, e a realiza por meios mecânicos em 20% de suas terras. Cada colheitadeira custa 300 mil euros, mas elas se tornaram comuns em São Paulo, Estado que fornece 60% do biocombustível brasileiro.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de álcool, depois dos Estados Unidos, e o volume de sua produção vem crescendo, atingindo os 17,6 bilhões de litros. A união dos usineiros de cana-de-açúcar estima que a produção anual deve subir à casa dos 30 bilhões de litros, em 10 anos. O setor está em plena expansão, o que acarreta elevar o número de usinas em funcionamento e a área cultivada, e superar desafios tecnológicos.

"O Brasil está na vanguarda", assegura Edmar Fagundes de Almeida, professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ao dominar de maneira completa todas as modalidades de uma produção o país se transformou no líder mundial do setor.

As plantações de cana-de-açúcar ocupam 6,6 milhões de hectares no país (com metade da área reservada ao etanol). De acordo com os especialistas, a ampliação da área plantada não ameaça a Amazônia, porque o Brasil dispõe de 90 milhões de hectares de terras não cultivadas.

Em 2030, o país poderia estar produzindo 20% do combustível ecológico do planeta, o equivalente a 130 bilhões de litros, graças à sua tecnologia de ponta. A inovação é garantida pelo trabalho do Centro de Tecnologia da Cana (CTC), em Campinas (SP), uma instituição bancada por 140 usineiros de açúcar e álcool. Os 150 pesquisadores do CTC trabalham para otimizar a exploração da cana-de-açúcar, da plantação à transformação.

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