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Geral

Bovespa fecha em queda de 10,18%

Vinicius Konchinski /ABr - 23 de outubro de 2008 - 05:09

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa) fechou ontem (22) em forte baixa, puxada por notícias vindas da Argentina e dos Estados Unidos e também pela dúvida sobre a saúde financeira dos bancos nacionais. O Ibovespa caiu 10,18%, baixando aos 35.069. O pregão chegou a ser paralisado uma vez, no final da tarde, e alguns economistas, como Manuel Enriquez, afirmaram tachativamente: “A crise chegou ao Brasil”.

“Chegou pelos bancos”, complementou Enriquez, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP). “Os bancos precisam arcar com dívidas em dólar. Porém, o dólar subiu de R$ 1,70 para R$ 2,40.”

Segundo ele, se o governo editou uma medida provisória (MP 443) autorizando que bancos oficiais comprem outros bancos é porque alguma coisa não vai bem com as instituições financeiras brasileras. Apesar de a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informar que o setor trabalha em “equilíbrio” e que a atitude do governo é “essencialmente preventiva”, o professor questiona: “Se estivessem bem, por que o governo faria isso?”

De acordo com Enriquez, a decisão da Argentina de estatizar fundos de pensão e os resultados negativos divulgados por empresas norte-americanas também colaboraram para a desconfiança dos investidores. O Risco Brasil (índice que mostra a desconfiança dos investidores no país) subiu 25,77% só hoje, fechando em 677 pontos. Segundo Enriquez, em 2005 esse mesmo índice estava no patamar dos 140 pontos.


Quem tinha dinheiro em ações, mais uma vez, resolveu vendâ-las, causando a queda nos preços. Compraram dólares para poder investir em mercados de países mais desenvolvidos, teoricamente mais seguros e provocaram a alta da moeda norte-americana. Na Bolsa de Mercadorias e Futuro, o dólar pronto subiu 5,94%, atingindo os R$ 2,38.

Marcelo Pereira, da TAG Investimentos, afirmou que não é possível esperar uma recuperação duradoura da Bolsa de Valores daqui ou de outros países. “A crise norte-americana não chegou ao fim.”

Pereira prefere não creditar a fatos pontuais as quedas na Bovespa e as altas do dólar. Nem acredita que a MP 443 , que permite ao governo ajudar o banco privado, demonstra que os bancos vão mal. Porém, ele insistiu que não há perpectivas de melhoras em um curto prazo. “Com tudo que aconteceu, alguém duvida que os resultados de empresas serão negativos pelo menos pelo próximos seis meses?”


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