Brasília - Pelo menos oito pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas no violento confronto entre empregados da prefeitura e camponeses no departamento (estado) de Pando, na Bolívia, próximo à fronteira com o Peru. De acordo com informações da BBC Brasil, entre os mortos estaria um vereador da cidade de El Porvenir, o engenheiro Pedro Oshiro.

A nova onda de violência fez com que o presidente Evo Morales declarasse, em La Paz, que a situação "tem limites". "O governo vai defender a democracia, vamos defender o processo de mudanças e a união do país", disse o presidente, hoje (11).

Em Santa Cruz de la Sierra, capital do departamento (estado) de Santa Cruz, o comércio, mais movimentado do país, fechou as portas.

Os opositores de Morales continuam ocupando órgãos públicos do governo central. Para sair do aeroporto de Viru-viru, em Santa Cruz de la Sierra, os passageiros precisam pegar táxi até o posto da alfândega, que tem seus guichês ocupados por pessoas ligadas à oposição. A partir desse ponto, os passageiros são obrigados a caminhar com as malas até outro ponto de táxi.

"Tudo que for para arrecadação do governo Morales vai ter nosso impedimento. Enquanto o governo não devolver os recursos a que temos direito, não sairemos daqui", disse à BBCBrasil Carlos Cuella, 27 anos, empregado da prefeitura local.

Os departamentos de Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando são os que concentram os fortes protestos contra Morales, mas também já há manifestações em Chuquisaca.

As medidas de Morales mais contestadas são o corte no repasse de verbas do setor petroleiro para as regiões e o texto da nova constituição, que incluiu itens como reforma agrária. O texto foi aprovado no ano passado, mas ainda depende de referendo para entrar em vigor.