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Bispo responde a Lula que manterá jejum até solução

Nelson Motta/ABr - 04 de outubro de 2005 - 06:42

O bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, que está em greve de fome há oito dias contra o projeto de Integração da Bacia do Rio São Francisco, enviou carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para dizer que vai continuar em jejum enquanto "não chegar em minhas mãos o documento enviado pelo senhor revogando e arquivando o atual projeto".

Em sua carta ao bispo, levada em 29 de setembro pelo assessor Selvino Heck "como sinal de respeito e carinho", Lula disse ter consultado "ministros e técnicos que nos assessoram, companheiros militantes da Igreja". E fez um apelo pessoal ao diálogo, baseado "na minha responsabilidade de governante que deve dialogar com uma sociedade múltipla em suas crenças, convicções pessoais e ideológicas, tendo como fundamento a vida democrática, com o necessário respeito às decisões das maiorias e aos direitos das minoriais".

Na resposta, o bispo diz ainda que "depois de não termos mais sobre nossas cabeças o fantasma do projeto de transposição, estamos inteiramente abertos para um amplo diálogo e debate nacional, verdadeiro e transparente, discutindo alternativas de convivência com o semi-árido e a oportunidade ou não de realizar a transposição".

O Conselho Indigenista Missionário informa que estão previstas para hoje (4), quando a Igreja comemora do Dia de São Francisco, manifestações em apoio ao bispo Luiz Flávio Cappio nas cidades de Cabrobó (PE), Porto Alegre, Belo Horizonte, Pirapora e Buritizeiro (MG). Também hoje, dom Luiz Flávio Cappio completará 59 anos.

É a seguinte, na íntegra, a carta enviada pelo bispo Luiz Flávio Cappio:

"Senhor presidente,
Paz e Bem!

Agradeço a visita do amigo Selvino Heck, emissário do senhor, e a carta a mim enviada.

Reforço o desejo do senhor, de levar a diante o projeto de revitalização.

Confirmo minha decisão de permanecer em jejum e oração enquanto não chegar em minhas mãos o documento assinado pelo senhor, revogando e arquivando o atual projeto de transposição.

Depois de não termos mais, sobre nossas cabeças o fantasma do projeto de transposição, estamos inteiramente abertos para um amplo dialogo e debate nacional, verdadeiro e transparente, discutindo alternativas de convivência com o semi-árido e a oportunidade ou não de realizar a transposição.

Receba minha saudação fraterna e amiga."

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