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Bélgica tenta igualar sua melhor geração, que caiu para Maradona

Correio do Estado - 06 de julho de 2018 - 13:30

Independentemente do resultado desta sexta-feira (6) contra o Brasil, a histórica campanha dos belgas em 1986 não vai mudar de status. Em tempos em que as fronteiras do futebol eram mais fechadas, um país pequeno, mesmo da Europa, conseguiu o feito de ter ficado em quarto lugar em um Mundial. Só havia dois jogadores atuando fora do país. Ao contrário de hoje, quando apenas um atleta do elenco joga na própria Bélgica.

Naquela Copa do Mundo realizada no México, o futebol belga, que estava tendo bons resultados internacionais com alguns de seus clubes, principalmente o Anderlecht, subiu definitivamente de patamar por causa da seleção.

Nas oitavas de final, a Bélgica fez um dos jogos épicos da história dos mundiais contra a União Soviética. Após um empate de 2 a 2 no tempo normal, a vitória por 2 a 1 na prorrogação (4 a 3 no total) levou a equipe belga para as quartas de final.

O grupo antigo tinha uma mescla de jovens talentos e veteranos. O de agora tem um grupo onde quase todos estão entre 25 e 30 anos. Segundo os jogadores atuais, uma idade madura ideal para se chegar à final.

No gol de 1986, apesar de uma maneira meio espalhafatosa de atuar, Pfaff era seguro. E um dos líderes daquele time com 33 anos.

O goleiro, que estava no estádio de Rostov nas oitavas de final da Copa da Rússia, e viu a sua Bélgica virar o jogo contra o Japão no último minuto, era um dos dois daquele elenco de 1986 que não jogava dentro do país. Ele era goleiro do Bayern de Munique.

O esquema belga, que às vezes usava um zagueiro atrás da linha de defesa, ou um beque de espera como se dizia no passado, era, na maioria do tempo, formado por três zagueiros, assim como hoje. Mas poderiam ser cinco.

Se o grupo tinha um sistema defensivo onde todos se ajudavam, era a habilidade presente no setor de criação que desequilibrava.

O jovem Enzo Scifo, belga de família italiana, que naquele tempo havia migrado para a Bélgica, era um ponta de lança no estilo de Michel Platini, para ficar em uma referência da época. Com a camisa 8, naqueles jogos do Mundial, começava sempre as jogadas no meio-campo.

Normalmente aberto pela direita, entrava na diagonal para finalizar. Com 20 anos naquele mundial, o meio-campo belga virou uma das principais revelações da Copa.

Logo sairia da Bélgica para a Itália, o grande centro do futebol europeu na época. Fez história no Torino, em 1991/1992, ao lado do brasileiro Casagrande, no time que foi vice-campeão da Copa da Uefa.

Ainda no ataque, a Bélgica de 1986 tinha nomes como Ceulemans, Veyt e Claesen, também uma jovem revelação na época.

Nas quartas de final daquele Mundial, um duelo difícil contra a Espanha. Os belgas também não entraram como favoritos. Os ibéricos vinham de uma goleada por 5 a 1 sobre a Dinamarca, outra seleção que empolgou na América Latina no verão de 1986.

Com uma boa atuação de Pfaff, a vaga veio nos pênaltis. O goleiro belga defendeu o chute de Eloy.

O futebol total que a Bélgica tentava fazer vencedor naquela Copa do Mundo só não conseguiu segurar Diego Armando Maradona e seus colegas de ataque, Burruchaga e Valdano.

Em um estádio Azteca com 110 mil pessoas, Maradona fez dois gols na semifinal daquele mundial. Bem ao seu estilo, no segundo gol, que decretou a vitória, entrou na área driblando vários defensores belgas.

A Bélgica não se recuperaria. Perderia o terceiro lugar para a França, por 4 a 2, na prorrogação.

O zagueiro Kompany, que estará na linha de três zagueiros contra o Brasil nesta sexta, já disse que a Bélgica dos anos 1980 é igual um filme de Natal que sempre passa na TV quando chega as festas de fim de ano. Todo ano se fala daquele time no seu país.

 Para o zagueiro, é importante que uma nova versão deste filme seja feito, agora, na Rússia. Por isso, ele considera o jogo de hoje como uma grande final antecipada para a seleção da Bélgica.

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