Um dos símbolos mais conhecidos do amor vai ser tema do Dia Mundial contra a Aids, em 1º de dezembro. O beijo é o ponto de partida do artista plástico Wik Muniz, que monta obras destinadas à discussão do preconceito contra portadores do vírus HIV. As peças já estão em fase final de produção e vão marcar as ações do Ministério da Saúde previstas para a data. O trabalho criativo do artista conta com a participação de mil e duzentos voluntários, que ajudaram a formar mosaicos gigantes. As imagens trazem o beijo em diversas formas: pais e filhos; marido e mulher; e pessoas do mesmo sexo. Para quem tem a doença, retratar o beijo é muito significativo. O eletricista Hudson das Neves, que descobriu ser portador do vírus HIV há dois anos, afirma que manifestações de amor são fundamentais no combate ao preconceito.


"Isso é muito bom, muito importante. O vírus não se pega assim num beijo. Você pode até beijar na boca, desde que você não tenha um ferimento na boca, se cuide e se previna. A Aids não se pega assim. Aquelas pessoas que têm o vírus HIV são muito discriminadas, muito esquecidas pela sociedade e muitas vezes se isolam por causa disso".

De acordo com o diretor-adjunto do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa, o objetivo da campanha este ano é também chamar a atenção para os grupos de risco.


"Hoje as mulheres se apresentam em uma condição de maior vulnerabilidade, principalmente as mulheres de baixa renda, moradoras mais afastadas das áreas centrais. Há também preocupação com os jovens e pessoas acima dos 40 anos".

Oitenta e cinco por cento dos municípios brasileiros têm pelo menos um caso registrado de Aids. No País, cerca de seiscentas mil pessoas possuem o vírus HIV. Para prevenir a doença, é importante usar sempre o preservativo e não compartilhar seringas ou outros objetos cortantes.

Reportagem, Patrícia Resende