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Bebê do tamanho de um óculos sofre cirurgia cardíaca

Jacqueline Lopes/Campo Grande News - 10 de junho de 2005 - 07:09


Com menos de 7 meses de gestação e por causa de uma disfunção uterina uma mãe de Bela Vista, a 310 quilômetros de Campo Grande, deu a luz a Vitor. O pequeno bebê nasceu com apenas 650 gramas, do tamanho “de um óculos”, compara o cirurgião cardiovascular, coordenador do Serviço de Assistência Cardiovascular do HR (Hospital Regional), Theófilo Gauze.

O prematuro, que por causa do nascimento precoce desenvolveu uma infecção, foi trazido há quatro dias para Campo Grande e submetido a medicação e ontem pela manhã a uma cirurgia cardiovascular. A operação considerada de risco envolveu especialistas e o resultado foi considerado satisfatório pela peculiaridade. “Pela primeira vez em Campo Grande um bebê desse tamanho é submetido a uma cirurgia como essa. Foi um sucesso”, diz o chefe da equipe. A operação durou cerca de uma hora.

Vítor, como todo o prematuro, foi forçado a se adaptar fora da proteção uterina. Assim como na barriga da mãe após o nascimento permaneceu aberto o canal de comunicação - uma veia que desvia o sangue do pulmão direto para o coração - responsável pela oxigenação e alimentação fornecidas pela mãe através do cordão umbilical e placenta. Os pulmões ainda não estão prontos para receberem sangue e oxigênio. A precocidade do feto sobrecarrega tanto o coração quanto o pulmão. “O pulmão dele (Vitor) estava encharcado. Não tínhamos outra saída a não ser a cirurgia”. O procedimento cirúrgico grampeou a veia - canal de comunicação - e com isso, desviou o fluxo de sangue que estava indo em demasia para o pulmão.

A cirurgia - Gauze conta que não foi preciso abrir o tórax da criança. O ponto, perto do coração, foi aberto pelas costas do bebê numa pequena cirurgia. Agora, os medicamentos auxiliarão as artérias do coração a distribuir o sangue oxigenado para o corpo do bebê e também acelerar a maturidade dos pulmões. Uma equipe multidisciplinar do HR, formada por cardiologistas, pneumologistas, nutricionistas, psicólogos, enfermeiros intensivistas e fisioterapeutas dão assistência a Vitor e aos outros prematuros da UTI Neonatal que conta com 10 leitos. A mãe de Vitor está no hospital, onde acompanha a recuperação do filho. Fizeram parte da equipe liderada por Gauze, o também cirurgião Flávio Rosa, o cardiologista pediátrico Nailton Formiga, e o ecocardiografista Waldir Salvi.

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